A interpretação analítica de Simone de Beauvoir, a partir dos seus estudos publicados, complexifica a ideia de que é preciso erguer o povo à altura da cultura. A noção da escritora do século passado ainda hoje se faz importante, haja vista a falta de acesso dos brasileiros à produções culturais. As principais vilãs para o dito fato são a baixa renda e a pouca valorização da cultura. Embora muitos trabalhadores ganhem um vale cultura para garantir o acesso às artes, não são todos que possuem esse benefício. Um exemplo são os trabalhadores autônomos. Além do já exposto, cabe citar que, atoladas pelas despesas familiares, existem pessoas que vendem o seu vale cultura, o que dificulta ainda mais o seu acesso à livros, museus, espetáculos, entre outros. Salvo o cinema, que em constantes momentos é aclamado, poucas produções culturais recebem o seu valor. A raiz dessa ideologia fundamenta-se na história da sociedade, na qual a cultura voltada às classes média e baixa em poucos momentos teve o seu devido reconhecimento e apreciação. Quando se soma a falta de renda e de tempo com o descaso gerado à cultura, é evidente que o resultado dessa equação é a inacessibilidade cultural. Para erradicar a complexidade na aproximação da população cultural, medidas necessitam ser tomadas. O Poder Legislativo deve aprovar repasses orçamentários para os Poderes Executivos Municipais instaurarem e aprimorarem bibliotecas e museus públicos pertinentes à suas áreas de atuação. A mídia, consciente do seu papel social, deve, por meio de propagandas, sobretudo em horário nobre, massificar a importância da cultura; em conjunto, o Poder Executivo Federal, sob forma do Ministério da Cultura, deve atuar em outras publicidades com o mesmo fim. Com essas ações, o acesso à produção cultural será possível à todos brasileiros.