A cultura é a reunião de todas as formas de manifestação humana, como a linguagem, os hábitos, os rituais, o conhecimento e as artes. Estas são divididas em popular, com o folclore e o cordel, e erudita, composta pelo teatro, cinema, literatura, entre outros. Ocorre que há, na sociedade brasileira, o problema em reconhecer a importância da arte na formação do cidadão, e isso deve-se à falta de democratização das expressões artísticas, que se sustenta na dificuldade impostas, por exemplo, pela pouca mobilidade, baixo poder econômico e formação intelectual limitada. Em uma pesquisa feita pelo IBGE com 5560 municípios, mais de 90% não têm cinema, 52% não possuem livraria e quase 83% não dispõem de museus, ao contrário das metrópoles, que concentram os grandes centros e eventos culturais, como o Banco do Brasil, que possui a Instituição Cultural CCBB - que oferece exposições e entretenimentos gratuitos - presente somente nas capitais de SP, MG e RJ. A má distribuição do acesso à arte afeta a maioria dos brasileiros de várias formas, entre elas a pequena mobilidade em função da ausência de transporte coletivo e, principalmente, em razão do alto gasto com passagens de ônibus. Além disso, o elevado preço dos ingressos também impede a fruição das artes, como exemplo, no BH Shopping, em Belo Horizonte, no qual a entrada para um filme é mais de trinta reais. Somado a isso, a falta de compreensão de manifestações artísticas, relacionada à importância delas para a história da sociedade, bem como para a formação humana, tem como consequência a desvalorização da cultura provocada pela banalização das artes. O interesse, aliado à formação intelectual, de modo que o indivíduo será capaz de interpretar uma expressão cultural sem precisar de facilitadores - como adaptações literárias, que visam permitir um fácil entendimento da obra, mas retiram a essência e a grandiosidade do texto original - é essencial para que a função social da arte não seja violada. É preciso, portanto, medidas que tenham como objetivo a democratização do acesso à arte. O Governo deve ser trabalhar com os representantes estaduais e municipais, além de obter o apoio financeiro de instituições públicas e privadas, no desenvolvimento de estabelecimentos culturais, como bibliotecas, teatros e cinemas, a baixo custo, que exibam, pelo menos, filmes antigos. Isso levará a arte ao interior do país e ampliará o acesso. Deve, também, mobilizar a população sobre a importância dessa campanha e incentivar a participação na vida cultural, com o oferecimento de cursos de música, por exemplo. As escolas precisam aproveitar o projeto para criar aulas sobre a história da arte, levar os estudantes em museus e organizar debates com os alunos, a fim de possibilitar maior compreensão cultural. Assim, a cultura, característica exclusiva dos humanos, será, de fato, de todos os humanos.