Enquanto alguns gostam de Samba raiz, outros preferem Funk. Enquanto poucos frequentam teatros ou museus, muitos optam pelos jogos de futebol. Muitos apreciam Pablo Picasso, outros nem sabem quem é ele. O Brasil, conhecido pela sua diversidade cultural, é um ambiente favorável para pessoas dos mais variados gostos. Afinal, no senso comum, existe a máxima que gosto não se descuti. Contudo, será que o gosto também não pode ser produzido culturalmente? Em primeiro lugar, é importante destacar que a cultura, conhecida como erudita, ao longo da história sempre foi restrita às camadas da elite da sociedade. E, atualmente no Brasil, esse cenário ainda é predominante. Visto que, segundo a Unesco, a grande maioria dos brasileiros não costumam frequentar eventos como teatros, cinemas ou espetáculos de dança. Além disso, poucos possuem o hábito de leitura, ou, até mesmo o acesso à Internet é restrito a poucos. Esses fatores decorrem, principalmente, do custo elevado para se ter acesso a esses entretenimentos. No entanto, não é somente o fator econômico da população que influencia nessas escolhas, uma vez que, as vezes, um ingresso para assistir uma partida de futebol possui um custo maior que a entrada para um teatro. Segundo o sociólogo Adorno, atualmente prevalece a “Indústria Cultural”, contexto em que resulta em público alienado buscando bens culturais transformados em mercadoria e oferecidos pela mídia. Essa teoria explicaria, em parte, o motivo de uma música de fácil memorização sem nenhuma reflexão críticas, bastan que essa música se torne lucrativa. Nesse sentido, o mídia, inclusive a Internet, influencia, padronizando o que as pessoas “devem consumir”. Fica evidente, portanto, que a grande maioria da população brasileira é induzida a acreditar que escolhem livremente o seu entretenimento preferido. Todavia, as opções oferecidas são limitadas pelo poder aquisitivo da população ou pelas opções ofertadas pela “indústria cultural”. Logo, o Ministério da Cultura deve subsidiar eventos culturais como teatros, orquestras e danças para que esses se apresentem gratuitamente para a população, a fim de que os brasileiros conheçam outras opções de entretenimento além das divulgadas pela mídia. Além disso, campanhas publicitárias devem ser criadas incentivando a população a participação desses eventos. E, por fim, nas escolas deve-se promover concursos de teatro, de música e de leitura, dentre outros, a fim de ampliar as opções culturais dos alunos.