Em seus 517 anos, o Brasil vem construindo uma história baseada em conflitos de terras, miscigenação de raças e tradições do povo. Fatores estes que fazem parte da produção cultural no país, mas que, infelizmente, é pouco acessada pelos brasileiros. Isso se deve a fatos como os altos preços cobrados na venda de um livro em relação à renda média das classes sociais mais baixas e também pela carência de bibliotecas, teatros e museus nos municípios do país, sendo assim, a cultura erudita acaba sendo um privilégio da elite, atuando como mais um fator de desigualdade no Brasil, visto que, segundo uma pesquisa da Unesco, mais de 70% dos brasileiros nunca assistiram a uma apresentação de dança. Apesar dessa problemática, vários avanços foram conquistados recentemente nesse meio cultural como a Lei Rouanet, que garante a disponibilização de recursos para a realização de projetos artísticos culturais. Assim como o vale cultura, fornecido por empresas privadas, que concede benefícios aos funcionários interessados. Contudo, essas medidas representam apenas um pouco do investimento necessário na área, já que essas manifestações artísticas também são fonte de geração de empregos e renda. Para tornar a cultura um bem de fácil acesso à população, o governo municipal deve investir na construção de pelo menos um teatro e uma biblioteca em sua cidade. Assim como cabe ao poder legislativo junto ao ministério da cultura, a elaboração de um ingresso popular, que permita as pessoas de baixa renda ingressarem em cinemas ou qualquer outro tipo de espetáculo artístico cultural a preços justos, de acordo com sua renda. Com essas mudanças a sociedade consegue atingir um nível cultural erudito mais elevado, pois, às palavras da filósofa Simone de Beauvoir: “É preciso erguer o povo à altura da cultura e não rebaixar a cultura ao nível do povo”.