Título da redação:

Contraposição ao incentivo português

Tema de redação: O acesso à produção cultural em questão no Brasil

Redação enviada em 20/07/2017

A vinda da corte portuguesa, em 1808, introduziu no contexto nacional a importância da produção cultural, inaugurando bibliotecas, teatros e a escola de Belas Artes. Todavia, a falta de acesso ao entretenimento persiste na contemporaneidade, afetando majoritariamente a população. Nessa perspectiva, é válido analisar a gênese da questão tanto em âmbito estrutural, quanto social. Em primeira instância, é indubitável a precariedade dos centros culturais. Para Aristóteles a política deve ser utilizada, por meio da justiça, para alcançar o equilíbrio na sociedade. Contudo, a carência de investimentos nessa área rompe esta harmonia no Brasil, tendo em vista que, embora, existam ambientes deste cunho, eles estão fortemente concentrados nas capitais, além de serem insuficientes para atender a vasta demanda populacional. Desse modo, os índices da UNESCO que afirmam a infrequência de mais 70% dos brasileiros em museus, exposições de arte e dança, perpetuam a problemática no país. Outrossim, o fator financeiro impossibilita a instauração de um hábito cultural. Segundo Émile Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e pensar, dotada de externalidade, coercitividade e generalidade. Seguindo esta linha de pensamento faz-se viável inferir que a ausência de cidadãos voltados à indústria da cultura se enquadra na teoria do sociólogo, visto que para grande parcela o custo de consumo é demasiadamente elevado, anulando, então, tal costume aos pertencentes das classes C,D e E. Com isso, evidencia-se a marginalização do acesso a produção, elitizando tais meios. Entende-se, portanto, a necessidade da democratização de atividades culturais no panorama atual. A fim de atenuar o impasse, o Governo Federal , com apoio das Câmaras municipais, pode criar um programa de incentivo à construção de teatros, museus e galerias nas localidades interiores, objetivando expandir a facilidade de acesso. Além disso, o Ministério da Educação e o da Cultura devem expandir a criação de cursos artísticos, estimulando a manifestação da identidade popular de cada comunidade, tornando, assim, menor o custo das apresentações, através das produções de caráter regional. Destarte, o impertinente fato social vigente será sobreposto pelo equilíbrio aristotélico.