No governo Sarney foi criado o Ministério da Cultura, com a finalidade de valorizar as expressões culturais e o Patrimônio Histórico Artístico. A partir dessa criação, haveria uma maior interação da população com sua cultura, assim, possibilitando o maior conhecimento desta. Porém, no Brasil, há uma crescente desigualdade no acesso à cultura, pois a falta de mobilização do Estado e a dificuldade na disponibilização desses meios culturais a toda população, corroboram para a ausência de democracia nesse meio, dessa maneira, piorando a situação. Em primeiro lugar, Segundo Edward B. Tylor, a cultura é o complexo que inclui conhecimento, crenças, moral, costumes e outros hábitos adquirido apelo homem em sociedade. Desse modo, nesse conceito podemos encontrar três tipos de cultura: a de massa, a popular e a erudita. Com a despreocupação do Estado para impulsionar a busca do conhecimento, a cultura de massa faz-se presente nessa realidade, contribuindo para a alienação, já que ela inibe o pensamento crítico, facilitando a manipulação das camadas que a utilizam como meio de obtenção do saber. Esse desestímulo também coopera no desinteresse dos brasileiros na cultura popular( costumes, folclores,tradições), então isso, gera um desconhecimento sobre a origem das manifestações e até preconceitos no âmbito social. Ademais, os obstáculos econômicos e sociais impedem a saída da cultura de massa e a entrada na erudita, aumentando a complexidade da problemática. Dessa forma, a cultura erudita fica restrita a um pequeno grupo que apresenta maior poder aquisitivo. O acesso aos museus, óperas e espetáculos teatrais ligados à ela são de preços elevados e localizam-se nos centros urbanos, assim, classes sociais mais pobres não usufruem desses saberes por serem distante e caros, caracterizando-os como elemento culturais de “luxo” para quem não usufrui. Além disso, segundo os dados do IBGE, de 5560 municípios brasileiros, 50% não tem lojas de discos, mais 50% não possui livrarias e 90% nem uma sala de cinema. Com isso, a educação nesses lugares é prejudicada, dado que a falta de compreensão da linguagem e conhecimento de mundo ficam escassos. Dessa maneira, a frase de Antônio Lobo Antunes” um povo que lê nunca será um povo escravo” faz total sentido sobre a importância da instrução, a qual só é atingida através do compartilhamento cultural. Portanto, é de suma importância que a cultura brasileira seja democratizada, em vista que, a educação depende das experiências dessa. Logo, o governo através do Ministério da Cultura e com a mídia, deve facilitar a interação das classes inferiores com obras culturais, mediante o aumento de bibliotecas, museus e espetáculos artísticos nessas regiões e estimulando a presença das pessoas com propagandas bem elaboradas e ainda a diminuição nos tributos para livros e ingressos. Além disso, a escola em parceria com a família, poderiam incentivar a criação de hábitos culturais desde cedo nas crianças, em programas literários, como saraus e apresentações que ensinam o folclore e as tradições, tanto na literatura quanto na música. Dessa maneira, a frase de Antônio Lobo Antunes” um povo que lê nunca será um povo escravo” confirma a importância da instrução que só será atingida através desse compartilhamento cultural.