O termo cultura vem da palavra cultivar, que está relacionado ao cuidado com a terra para que a mesma tenha condições de se desenvolver e gerar frutos. Com o decorrer do tempo esse conceito sofreu alterações, e hoje, é associado com a totalidade dos valores e práticas humanas. Entretanto, as pessoas não conseguem ter acesso à totalidade da cultura produzida, principalmente em sociedades tão desiguais, como o Brasi, seja por motivos econômicos ou mesmo educacionais. Por ser um conceito muito amplo, a cultura permite ter diferentes classificações, entre elas, a erudita e popular. A primeira engloba peças teatrais, museus, exposições de artes, espetáculos de danças, músicas clássicas, já a segunda é voltada para o folclore, oralidade e, geralmente é passada entre as gerações. É interessante notar que não são todas as pessoas que têm acesso livre as diferentes formas de cultura, e isso fica nítido, principalmente, quando se leva em consideração a dita cultura erudita, e dessa forma, acaba por ser mais um elemento que contribui para os desníveis sociais. Alguns dos motivos que levam a essa segregação são, a localização dos eventos, geralmente, centralizados e uma boa parte da população moram distantes e dependem de um transporte público nada eficiente, além dos preços altos que não entram no orçamento das famílias brasileiras. Contudo, fatos como esse não são exclusivos da contemporaneidade, durante o Renascimento, por exemplo, alguns ricos burgueses (mecenas) patrocinavam artistas e assim, usavam as artes para se destacarem, terem prestigio e distinção social em relação aos demais. Um outro campo pertinente envolvendo esse tema, é a indústria cultural, um termo que surgiu na década de 1940, e que introduz o sistema capitalista no campo da cultura, nesse ramo há a produção de uma cultura de massa e que prioriza o lucro. O escritor francês Guy Debord, aborda esse conteúdo no seu livro " A sociedade do espetáculo", no qual relaciona o capitalismo, consumismo e consequentemente a cultura de massa, que é esvaziada de reflexão crítica, ou seja, o homem perdeu a capacidade de julgar e ter sua própria ideia. Além dos motivos abordados, outro fato que contribui para a não democratização total da cultura é o entender, isto é, não adianta um individuo ter contato com pinturas, livros e exposições de artes, por exemplo, e o mesmo não ter nenhuma noção do significado e representação da arte. Em virtude dos fatos mencionados, verifica-se que o Ministério da Cultura em conjunto com os Governadores e Prefeitos precisam descentralizar exposições artísticas, musicais, peças teatrais e danças para os bairros periféricos das cidades. Seria interessante implantar bibliotecas móveis, em caminhões ou ônibus, a fim de percorrem toda a cidade e democratizar a leitura. Além disso, é necessário o incentivo ao conhecimento das diferentes formas de cultura nas escolas, com o intuito de formar pessoas mais sensíveis, criticas e que estabeleçam a conexão entre a importância das diferentes culturas para o desenvolvimento das sociedades e sua influência no desenvolvimento individual.