A famosa carta de Pero Vaz de Caminha ao chegar ao Brasil descrevia os índios como ser selvagem, que precisavam ser catequisados, logo, é possível entender que historicamente o Brasil é considerado inferior em questões culturais pelo olhar do colonizador. No entanto, atualmente existe distinção entre os próprios membros da sociedade. Se por um lado uma parte da população tem acesso a patrimônios históricos e culturais, por outro a grande massa fica marginalizada, influenciados pelas mídias ou por fatores sociais. “O homem nasce livre e por toda parte encontra-se acorrentado”. A frase do filosofo Suíço Rousseau, possibilita compreender a Indústria Cultural como fator relevante na formação cultural do indivíduo. De acordo com a Unesco mais de 70% dos brasileiros nunca assistiram um espetáculo de dança, no entanto, isso é fruto da alienação causada pelas mídias, que visa apenas o lucro e não a informação e cultura em si. Músicas, filmes, novelas e muito mais, são produzidos de acordo com o que está em alta em determinado momento, quase que conseguindo uma garantia de retorno das grandes massas. Outro fator relevante no acesso à cultura é a mobilidade urbana. Grande parte dos patrimônios culturais como: cinema, teatro, museus e outros, são encontrados apenas nos grandes centros urbanos, o que dificulta o acesso de pessoas que ficam marginalizadas e dependentes de transporte público, ferindo assim, o direito à cidade. Ademais, com o intuito de reverter essa situação, foi criado o vale- cultura, um benefício de R$50,00 mensais para usufruir em bens culturais e obter um crescimento intelectual, afinal, conhecimento nunca é demais. Portanto, apesar de ter muitos bens culturais a disposição da sociedade, existe fatores que impedem a fruição dos mesmos pelas grandes massas. Logo, recai sobre os órgãos governamentais a responsabilidade de reverter tal situação, sendo assim, a diminuição de tarifas de transportes públicos em 50% durante o final de semana, instalada pelos governos municipais, iria garantir uma maior possibilidade de acesso aos patrimônios históricos, culturais e de lazer. Assim, a formação cultural do indivíduo será completa, pois de acordo com Paulo Freire “se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.