Título da redação:

Acesso à arte: o analfabetismo cultural brasileiro

Tema de redação: O acesso à produção cultural em questão no Brasil

Redação enviada em 10/07/2017

Da representação do cotidiano nas paredes das cavernas - origem da arte – ao aprimoramento grego que culminou no estudo da anatomia, assim como em conhecimentos matemáticos, a produção cultural desenvolveu-se paralelamente à ciência. Seguindo essa perspectiva, é impressionante o reconhecimento de tal importância frente ao descaso e inacessibilidade a essa. No Brasil, a comercialização falha desse setor torna insustentável o desenvolvimento e a aproximação do espectador à obra. Inicialmente, é indiscutível o potencial civilizatório da cultura. Ao analisar o Modernismo, período em que a elaboração artística no país começa a refletir a brasilidade, percebe-se a representação real da nação por meio de denúncias sociais, críticas e demonstrações das características do povo. Nesse sentido, fica evidente a capacidade educativa e informativa que as criações proporcionam quando analisadas. No entanto, o acesso seletivo inviabiliza esse enriquecimento de conhecimento na maior parcela populacional. De acordo com os altos valores de ingressos, livros, CDs e DVDs a composição artística beneficia poucos. Segundo o jornal Estadão, o Brasil conta com apenas 56% de indivíduos leitores e, conforme a UNESCO, apenas 30% da sociedade já assistiu um espetáculo de dança. Sendo assim, lamentavelmente, tem-se uma ilusória, e ainda baixa, média de livros lidos por ano de 4,96 por pessoa, artistas desempregados e toda sua árdua preparação desperdiçada e, por exemplo, o ícone da capital Rio de Janeiro, o Museu Municipal, a ruínas sem verba. Logo, a cultura só se sustenta com a aliança arte e espectador. Portanto, para que todo conteúdo e ciência inerente à produção artística seja de uso democrático, o Ministério da Cultura deve elaborar uma lei que discrimine uma inflação máxima na comercialização dessa, do cinema à venda de livros, a fim de evitar os preços exorbitantes alcançáveis apenas às altas classes sociais. Além disso, as Secretarias da Cultura são capazes de promover o teatro de rua em praças e comunidades, por meio de financiamentos de peças, objetivando a integração entre cidadão e criação cultural e o início dessa nova alfabetização.