Título da redação:

A dificuldade de cultivar a mente

Tema de redação: O acesso à produção cultural em questão no Brasil

Redação enviada em 26/06/2018

Segundo o dicionário, o termo cultura remete ao desenvolvimento intelectual, saber, costumes e valores de uma sociedade. Nesse sentido, a produção cultural é um ato de construir uma cultura e transformá-la em capital com a sua venda. Porém, no Brasil, o acesso a essa produção é limitada devido ao alto preço, à desigualdade social e à transformação em poder aquisitivo. Afinal, essa dificuldade de acesso contradiz com a Constituição do Brasil, na qual diz “que toda pessoa tem direito de participar livremente da vida cultural em sociedade.” Assim, faz-se necessário reverte essa contradição, para que o acesso seja ilimitado para toda população, independente do público. Em primeiro viés, é importante salientar que a cultura são saberes coletivos, na qual é fundamental o conhecimento dela por parte dos indivíduos, já que ela ajuda na formação do intelecto humano. A origem desse termo vem do latim, que significa “cultivar a mente”. No entanto, hoje, cultura se transformou em poder aquisitivo, dependente da política e de condições financeiras, na qual apenas pessoas, que têm uma renda elevada têm acesso a esse meio. Essa produção virou algo privado, ou seja, quem a financia são empresas privadas, que expõem apenas opiniões do interesse próprio. Dessa forma, é válido, ainda, dizer, que a produção cultural está vinculada com os meios de comunicação, entretenimento, tendo como veículos os cinemas, teatros, internet, livros, jornais e revistas, entre outros. Dessa maneira, o Brasil é um país com um alto grau de desigualdade social, em que, principalmente, as pessoas que vivem nas áreas periféricas não têm acesso a essa produção, seja pelo alto preço, ou mesmo, pela dificuldade de locomoção. Nesse parâmetro, o filósofo Confúcio dizia que “a cultura está acima da diferença da condição social”. Porém, no século XXI isso não ocorre, já que o acesso a cultura está nas mãos de poucos. Essa realidade está altamente interligada com a alta taxa de analfabetismo, visto que sem acesso aos livros, ou propriamente a cultura, as pessoas não aprendem a ler e nem a escrever. Mas, vale lembrar, ainda, que com a internet e a vulnerabilidade de informações que ela trouxe, esse acesso foi facilitado, mas, mesmo assim, não atinge toda a população. Torna-se evidente, portanto, que o acesso a produção cultural no Brasil não atinge todos os brasileiros. Dessa forma, o Governo junto com o Ministério da Cultura deve criar centros públicos com cinemas, teatros, museus com entrada franca, além de proporcionar feiras de livros com doações e trocas. Esses centros e feiras devem ser construídos em áreas periféricas, a fim de levar a essa população a cultura. Ademais, deve ser obrigatório no currículo escolar, aulas de acesso a produção cultural, com demonstrações teóricas e práticas daquilo que realmente é cultura e o que virou, para que seja eficiente a formação do intelecto humano. Só assim, teremos um Brasil com saberes coletivos construído em comunidade.