Desde a chegada da corte real no Brasil no século XIX, iniciou-se um processo de modernização cultural do país nos moldes europeus. Porém, esse processo mostrou-se ineficaz, resultando em um Brasil desconhecedor de si mesmo. No livro 1808, Laurentino Gomes afirma que a sociedade brasileira em pleno século XIX era bastante atrasada em termos de cultura, comparada às civilizações europeias e até mesmo as demais colônias, só avançando com a presença da família real. Entretanto, esse avanço foi diminuto, visto que o Brasil permanece atrasado nessa perspectiva, sendo característica brasileira desvalorizar a própria cultura. De acordo com o antropólogo Ralph Linton, a cultura é a herança social e total da humanidade. Nesse sentido, ao desvalorizar a cultura, desvaloriza-se a herança identitária. Hábitos como ler ou ir ao teatro são praticamente deixados de lado pela população, como relata a Unesco, provando que a maior herança cultura brasileira é, de forma paradoxal, ser ignorante quanto a cultura. Assim, há pouco interesse por parte dos jovens nas produções culturais, já que não há estímulos educacionais e sociais, por ser uma área considerada desprivilegiada. Em síntese, é necessário que haja mais ênfase na produção cultural brasileira. Para isso, o Ministério da Cultura (Minc) e o Ministério da Educação devem atuar em parceria para promover uma Educação Cultura no currículo escolar por meio de palestras sobre a importância da cultura na formação da identidade de uma civilização. Além disso, é também necessário estimular o exercício cultural para que este se torne um hábito por intermédio de atividades, como cursos obrigatórios nas escolas envolvendo teatro, dança, entre outros. Ademais, O Minc deve investir na criação de espaços culturais que contenham variadas atrações, como "centros culturais multiuso" que possuam salas de produção artísticas, teatro, etc., visando aumentar a acessibilidade cultural.