A semana de arte moderna de 1922 foi o principal marco da discussão e renovação cultural brasileira. No entanto, esse avanço não viabilizou a distribuição igualitária desses recursos culturais. Nesse sentido, dois aspectos fazem-se relevantes: a dificuldade no acesso a esses bens e a carência social no que diz respeito a compreensão da arte. Após a ditadura, criou-se o Ministério da Cultura para democratizar o acesso ao patrimônio material e imaterial do país. Contudo, barreiras geográficas e econômicas impedem a disseminação cultural em áreas marginalizadas da sociedade, uma vez que os bens artísticos são concentrados em grandes polos urbanos, em detrimento de regiões interioranas do país. Além disso a questão financeira de grupos menos favorecidos impede a inclusão social em determinados eventos, haja vista, os altos gastos participativos. Outrossim, o pouco entendimento cultural como impulsionador desse problema. De acordo com Simone de Beauvoir, deve-se instruir a população a compreender a cultura e não modificá-la para ser entendida. Assim, observa-se que a formação por meio da valorização tanto da arte erudita, quanto da arte popular brasileira e sua pluralidade atua no desenvolvimento intelectual da sociedade. Entende-se, portanto, que essa problemática persiste pela fraca acessibilidade e pouco envolvimento social. Assim, o governo Federal deve elaborar um plano de implementação de centros culturais, aliado a esfera municipal, de acordo com as necessidades de cada região, bem como unido às empresas privadas, oferecer à população preços populares em troca de isenção fiscal. Ademais, a escola precisa instigar a formação e produção cultural do próprio discente, e assim promover a inclusão no calendário escolar da semana de arte e cultura, em que os alunos poderão não somente aprender, mas também produzir pinturas, peças teatrais, danças entre outras manifestações artísticas. Dessa forma, a cultura deixara de ser um elemento de exclusão social.