O acesso à produção cultural no Brasil não é justo. Tanto para o artista que não tem espaço nas mídias de comunicação em massa, quanto para o cidadão comum que tem poucas opções e geralmente nem percebe que gostaria de ter mais opções. Deve ser feita uma mudança no modo como a arte é divulgada e consumida. O meio de comunicação mais abrangente no Brasil é a televisão. São os canais abertos que definem qual será o assunto na padaria, no bar, na escola. É inegável que a TV leva e forma cultura no país todo. O maior problema é que essa cultura é escolhida com base no que já vem funcionando a anos, criando uma “inércia cultural”. As novelas que passam tem os mesmos atores, os filmes de segunda a noite já passaram diversas vezes, a música que toca na rádio municipal parece com a mesma de 4 anos atrás. Ou seja, só existe espaço para aqueles que seguem os moldes, pois a arte é tratada como negócio e não como entreterimento. O popular no Brasil sempre segue um molde, mas isso não é culpa de quem “compra” mas sim de quem “vende”, pois tratam a cultura como mercadoria e seguem a filosofia de “continuo vendendo por que continuam comprando”. Uma mentalidade renovada precisa chegar a essas mídias formadoras de cultura, apresentando mais coisas. É o velho ditado: “Se Maomé não vai a montanha, a montanha vai a Maomé”. Nessa analogia, Maomé é o povo e a montanha são as novas formas de cultura. A produção artística precisa ir até os cidadãos e ser uma opção viável de lazer. Cabe então ao governo divulgar o Vale-Cultura pela TV, em comerciais. Além disso, fica como responsabilidade da TV ampliar a grade de programação no que se refere a cultura e também ao estado tratar a cultura mais a sério, como forma de lazer que é um direito da população e não um luxo como é tratada. Trazendo, dessa forma, opções diferenciadas de cultura as cidades que ainda não tem e com preços acessíveis.