Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O abuso de álcool na sociedade brasileira

Redação enviada em 23/07/2019

Com base na filosofia de Epicuro, as pessoas devem optar, com o auxílio da razão, pela busca dos prazeres moderados e duradouros, para que a plena felicidade seja alcançada. Partindo desse pressuposto, sabe-se que o álcool, assim como as drogas, conteúdos pornográficos e até mesmo doces, são elementos que, quando consumidos, causam a sensação de prazer aos seus usuários. No entanto, seguindo a lógica epicurista, o uso desenfreado desses "gatilhos" pode acarretar sérios problemas na vida de quem consome, e isso é bastante visível na sociedade brasileira no que tange ao abuso da ingestão de bebidas alcoólicas, sendo os seus índices de consumo muito elevados. Desse modo, para romper com esse revés, é fundamental ressaltar a negligência estatal sobre o assunto, bem como avaliar a relação dessa prática com os ambientes em que os indivíduos estão inseridos, principalmente os jovens. Primeiramente, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 3,3 milhões de pessoas morrem todos os anos pelas consequências do álcool no mundo, e isso revela que a falta de iniciativa das autoridades governamentais, que visem contornar essa situação, contribui para que mais pessoas fiquem dependentes e adquiram diferentes problemas de saúde, como cirrose, cânceres e depressão. Por isso, a participação ativa do poder público brasileiro nesse imbróglio é tão fundamental, uma vez que é por intermédio dele que novas políticas de combate e reversão do quadro atual poderão ser desenvolvidas e aplicadas. Ademais, é preciso que esses representantes adiram incisivamente a essa causa e mostrem à população, principalmente aos dependentes, que eles estão prontos para fornecer o devido suporte. Outrossim, é bastante visível na obra naturalista "O Cortiço", de Aluísio Azevedo, a determinância do meio nas ações dos indivíduos. Seguindo essa linha de pensamento, pode-se afirmar que se uma criança cresce em um ambiente cujos pais bebem álcool desenfreadamente e frequenta uma escola que não discute temas como esse em sala de aula, as chances dela perpetuar as mesmas ações dos seus pais, por achar que aquilo é o correto, aumentam consideravelmente, haja vista que ela passa a agir sem discernimento e com base no que vivencia. Destarte, já dizia Nietzsche, por meio da sua filosofia, que é papel do educador estimular a criticidade dos alunos e fazer com que eles sejam capazes de dar novos sentidos aos valores e às coisas. Sendo assim, para que haja alterações no cenário vigente, é necessário que o Ministério da Saúde, juntamente com as instituições escolares, atue na mitigação desse abuso no Brasil. Ao primeiro, cabe a criação e propagação de campanhas de cunho informativo à população, via canais midiáticos; aos segundos, fica a responsabilidade de trabalhar no desenvolvimento crítico dos alunos por intermédio de aulas e palestras acerca dessa temática. Essas medidas devem ser feitas com o fito de tornar o assunto conhecido entre os cidadãos, além de fazer com que eles reflitam sobre os seus impactos e possam atuar, juntamente com o poder público, na mudança desse paradigma.