Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Moradia social: a questão da ocupação x habitação

Redação enviada em 25/09/2018

No começo do século XX, Pereira Passos, então prefeito do Rio de Janeiro, fez uma grande reforma na cidade, aos moldes de Paris, para tentar apagar a visão de país escravocrata e atrasado. Ele construiu praças, ampliou ruas, criou estruturas de saneamento básico e, principalmente, tentou eliminar aquilo que tornava a cidade menos elegante: os pobres. Como reflexo disso, esses, sem nenhuma outra opção, foram “jogados” morro acima e começaram a ocupar regiões extremamente precárias, formando, as favelas. Estas, inclusive, até hoje, são a única opção para uma grande parcela da população, haja vista os graves déficits habitacionais do país. A especulação imobiliária é processo no qual os indivíduos adquirem imóveis sem nenhuma intenção de utilizá-los para fins produtivos ou habitacionais, apenas para vendê-los ou alugá-los a um preço mais alto. Esse processo é responsável, em parte, pelo grande déficit habitacional no Brasil, haja vista que muitos imóveis que poderiam ser habitados estão sendo “reservados” pela especulação. Comprovado pelos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de acordo com os quais, o Brasil tem quase oito milhões de imóveis ociosos e, ao mesmo tempo, carece de mais de 6,3 milhões de moradias. Além da especulação, o processo de “gentrificação” também contribui para o aumento do déficit habitacional. Isso porque, as melhorias em uma área, valorizam os preços dos imóveis, tornando-os mais caros e, como consequência disso, muitas famílias, que não podem custear os imóveis, são forçadas a se mudarem para longe. Geralmente, ocupando locais inabitáveis (assim como aconteceu na reforma do Rio de Janeiro), em que essas famílias estão expostas a diversos riscos. Depreende-se, portanto, que uma parcela significativa dos brasileiros não consegue moradia digna e acaba tendo que ocupar imóveis e áreas extremamente perigosas, colocando, assim, as vidas deles em risco. Logo, é necessário que as prefeituras usem as construções ociosas do governo para acomodar as famílias sem habitações, dando prioridade àquelas que vivem em condições de risco. Como resultado, diminuir-se-á o número de cidadãos sem moradias e, também, os graves acidentes decorrentes da ocupação irregular.