Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Moradia social: a questão da ocupação x habitação

Redação enviada em 19/09/2018

Na obra “O Cortiço”, Aluísio Azevedo, precursor do naturalismo brasileiro, expõe de maneira crítica as desiguais políticas habitacionais do Brasil no século XX, pois enquanto uma parcela da sociedade usufruía de privilégios, a outra sofria com péssimas condições de moradia e segurança. A obra, no entanto, mostra-se atual, visto que o Brasil, ainda, não resolveu esse problema que, somado à pobreza e à negligência do Estado, provoca a ocupação. Convém ressaltar, a princípio, que a industrialização, ocorrida no governo de Getúlio Vargas, foi precursora do êxodo rural, o qual trouxe para as cidades um grande número de pessoas em busca de melhores condições de vida. Nesse viés, em concordância com o salário pago a esses trabalhadores, as moradias foram sendo construídas além do centro da cidade, porque o preço do aluguel nessa região não condizia com a situação econômica vivida por eles e, assim, surgiram as periferias. Contudo, é visto que, no contexto vigente, segundo dados do jornal Folha de Pernambuco, as periferias estão superlotadas e os sem teto ficam sem alternativas de habitações. Por conseguinte, essa parte da população mora nas ruas ou precisa invadir instalações para ter um direito garantido pela Constituição, mas que não é assegurado. Ademais, vê-se que os programas sociais criados pelo Governo, como o “Minha casa, minha vida”, não dão conta de suprir as necessidades dos que precisam, pois, segundo dados do IBGE, cerca de 20 milhões de pessoas padecem de moradia, além de que, o dinheiro destinado à construção das casas não é suficiente para todos. Logo, a população brasileira se torna refém do Estado, o que provoca a criação de movimentos em busca de alternativas e, nos casos extremos, ocupações. Em suma, nota-se que essa situação resulta de problemas socioeconômicos. Nesse âmbito, o Poder Legislativo deve criar uma lei que permita à aplicação de multas aos proprietários de imóveis desocupados, a fim de destinar esse dinheiro na construção de habitações para pessoas carentes. Além disso, o quarto poder e as ONGs precisam promover campanhas para incentivar doações de empresas privadas com o intuito de construir casas simples e baratas para as pessoas que não foram beneficiadas com projetos do Estado. Só assim, as desigualdades que eram presentes desde os antigos cortiços poderão deixar de ser realidade.