Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Moradia social: a questão da ocupação x habitação

Redação enviada em 11/09/2018

A obra naturalista de Aloísio de Azevedo, O cortiço, retrata a vida precária existente nos cortiços do século XIX, no Rio de Janeiro. Incrivelmente, essa obra ainda permanece atual, pois, especialmente nas grandes cidades, muitos brasileiros não têm condições adequadas de moradia. Nesse contexto, fica evidente a necessidade do estado priorizar a criação de moradias sociais para a população historicamente excluída. Primeiramente, as pessoas de baixo poder aquisitivo são “expulsas” dos grandes centros. Os preços de habitações nos centros das cidades são altos e segregam as pessoas por classes sociais. As zonas periféricas, geralmente destituídas de infraestrutura e oriundas de ocupações, são os lugares que restam para aqueles que ganham um ou dois salários mínimos. Além disso, essas pessoas, muitas vezes, não conseguem construir casas adequadas e acabam vivendo em frágeis barracos ou em construções mal projetas, sujeitas a desmoronamento. Assim, a maioria dos moradores da periferia trabalham no centro, se deslocam, penosamente, nos transportes públicos e não têm conforto onde moram. Em contrapartida, as moradias sociais deveriam suprir essas lacunas supracitadas e garantir edificações de qualidade, infraestrutura e transporte. Entretanto, a oferta de habitações de interesse social é baixa e a demanda altíssima. Nesse contexto, surgem ocupações nos centros das cidades, em especial nos prédios abandonados, que garantem ao menos acesso facilitado ao trabalho, escolas e infraestrutura urbana. Mas, dessas ocupações, negligencias pelo poder público, podem surgir tragédias, como a do edifício Wilson Paes, na qual os moradores, 3 meses após o incêndio, ainda acampavam na praça em frente ao antigo prédio, aguardando um remanejamento adequado. Enfim, a negligência do estado associada à necessidade de habitações pode ser trágica. Em suma, é preciso que o estado dê atenção ao déficit habitacional brasileiro. Para tanto, os governos estadual e municipal podem, por meio de incentivos fiscais, estimular a descentralização de atividades econômicas para zonas mais periféricas, investindo, ainda nessas regiões, em infraestrutura urbana e moradias sociais de qualidade. Além disso, ambos os governos municipais e estaduais, devem se apropriar de prédios centrais abandonados e reforma-los a fim de que se tornem habitações sociais nos centros das cidades. Dessa forma, a imagem do cortiço, descrita por Aloísio de Azevedo, ficará apenas na literatura e no passado.