Em um mundo utópico todas as pessoas teriam um teto sobre suas cabeças, aliás, o direito a moradia está na constituição brasileira, no entanto, o cenário atual mostra uma realidade completamente divergente. Nesse sentindo, apenas na cidade Rio de Janeiro, conhecida por ser a “cara do Brasil”, segundo a sua prefeitura, há cerca de 500 mil pessoas, entre adultos, crianças e idosos que precisam de uma residência digna, além disso, há 12 mil pessoas nas ruas. Assim, esses dados evidenciam a verdadeira face do país, no qual milhares de pessoas ainda vivem abaixo da linha da pobreza, dessa forma, a questão sobre ocupação versus habitação está sendo cada vez mais discutida, tendo em vista a necessidade iminente de uma solução. A questão da falta de moradia é vivenciada não somente aqui, mas também em todo o mundo. Com a finalidade de expor as dificuldades enfrentadas por uma família de baixa renda, o filme estadunidense, “ A busca pela felicidade “, conta a história verídica de uma família, na qual o provedor está desempregado. Assim, o pai e o filho são forçados a dormirem em abrigos e até mesmo banheiros públicos para se aquecerem, e apesar do longa-metragem ter um final feliz, esse, infelizmente, não é o caso para muitas pessoas, que como resultado acabam sucumbindo à bebida, drogas ou a furtos para manterem-se sãs e conseguirem sobreviver. Ainda na cidade mais conhecida do Brasil – Rio de Janeiro – estima-se que há cerca de 5 mil imóveis inativos ou abandonados, esse fato mostra que há a possibilidade de abrigo para esses indivíduos carentes, porém os donos dos estabelecimentos tendem a mantê-los fechados, mesmo em desuso. Em contrapartida, vê-se o lado dos proprietários, uma vez que o direito a propriedade privada também está na constituição. Nesse sentido, fica clara a urgência de discussão entre a prefeitura e os responsáveis pelos imóveis, para que uma solução seja viabilizada, para que esses espaços sejam concedidos à essas famílias. Segundo Martin Luther King, toda hora é hora de fazer o que é certo, nesse sentido, faz-se clara a necessidade de intervenção do Estado, uma vez que já existem lugares prontos para receber aqueles que precisam de moradia. Assim, cabe ao Governo comprar os imóveis que estejam em desuso a mais de 5 anos, com um preço pré-estabelecido, estipulado por ele, ao levar em consideração questões, como sua localização e aparência, sendo os espaços em melhores situações obtidos por um valor maior. Ainda, cabe ao Poder Judiciário, criar leis que apoiem a retomada do imóvel pelo Governo, caso o dono se recuse a aceitar o valor oferecido. Desse modo, o proprietário seria pago, com o intuito de proporcionar moradia aqueles que precisam.