Desde os processos denominados "revoluções industriais" e a ascensão do capitalismo, o mundo vem demasiadamente priorizando produtos e mercado, em detrimento de valores humanos essenciais. De forma análoga, observa-se a decadência da qualidade de vida no Brasil e sua infeliz consequência : cerca de 10 mil pessoas estão vivendo nas ruas do Rio de Janeiro, segundo o portal "JB" de notícias. Dado isso, torna-se clara a necessidade de medidas interventivas para sanar tal problemática. Acima de tudo, é possível perceber uma parcela de culpa do Estado nessa questão. Para Aristóteles, o papel do governante é gerir o espaço público visando ao bem comum. Nesse contexto, os representantes do povo brasileiro se afastam dessa função ao não priorizarem a implementação de políticas voltadas para efetivar o direito à moradia. O que, desse modo, dificulta a inserção social de camadas mais pobres e exponencializa o crescimento de sua miséria. Ademais, os efeitos dessa inércia estatal são agravados pela mentalidade do povo brasileiro. Realmente, em meio a diversos problemas nacionais, o cidadão tende a valorizar questões econômicas e crises políticas em detrimento de algo como o reconhecimento da população de rua. De certo, isso se combina com uma ação midiática que firmemente ignora essa minoria. Logo, sem informação e debates, há uma estagnação civil que colabora para a manutenção de uma ideia que denigre o perfil da massa carente brasileira. Portanto, para que os ideais de comprometimento do Estado, defendido por Aristóteles, não sejam apenas uma aspiração teórica do passado, mas uma medida prática dos dias de hoje, é necessária uma intervenção por parte do governo. Dessa forma, ele, em ação com o Ministério dos Direitos Humanos, deve revitalizar suas inúmeras estruturas desabitadas espalhadas pelo território da União, a fim de deslocar a população de rua para então possuírem moradia. Feito isso, estaremos garantindo uma vida digna a todos os brasileiros, além de seu reconhecimento social como pessoa humana.