Segundo Zygmunt Bauman, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é característica da ``modernidade líquida´´, vivenciada durante o século XX. Analisando o pensamento do sociólogo polonês, essa realidade perpetua-se na questão de moradia social no Brasil. Isso porque, é perceptível a falta de políticas habitacionais adequadas e também o agravamento direto da desigualdade social. Embora o Brasil já tenha implementado alguns programas de moradia, nota-se que ainda há uma grande deficiência nesse âmbito, visto que tais programas como Minha casa, Minha vida não assiste a todos que precisam, já que não é um programa que inclui pessoas que não têm renda nenhuma. Ademais, segundo dados do Banco Mundial, de 1 milhão de moradias produzidas no Brasil, cerca de 700 mil são ilegais. Em razão disso, é possível observar que a falta de políticas habitacionais adequadas contribui para a ocupação de áreas que não apresentam condições apropriadas. Logo, muitas famílias vivem sob situações de vulnerabilidade, desprovidas dos direitos fundamentais. Além disso, convém pontuar que há uma alta ascendência na disparidade social. Isso porque, a segregação espacial traz consigo inúmeros imbróglios sociais e econômicos, lamentavelmente, dando decorrência a descriminação, fator que dificulta o indivíduo -morador de bairros periféricos- conseguir oportunidades de emprego. Nesse sentido, quando os centros urbanos passam a ser privilégio para poucos, tal motivo reforça a pobreza. Assim, muitos que habitam lugares periféricos são atingidos pela a exclusão social. Destarte, fica evidente a necessidade de combater à liquidez citada inicialmente. Dessa forma, cabe ao Governo Federal instituir um novo programa sem grandes entraves burocráticos por meio de negociações com os donos dos vários prédios abandonados nas grandes metrópoles para que esses edifícios sejam ocupados pelas famílias mais carentes e essas constituições tenham acessibilidade aos centros urbanos. E, compete ao Governo estadual, por intermédio da sua gestão pública, investir e criar instituições de cursos técnicos gratuitos que ajudem a preparar os indivíduos - que sofrem a exclusão - para o mercado de trabalho a fim de reduzir a desigualdade social. Assim, cenário da falta de solidez citada por Bauman poderá ser melhorado.