Desde o iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa a questão da moradia social, no Brasil, hodiernamente, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria mas não desejavelmente na prática e a problemática persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, seja pela falta de atitude de nossos governantes, seja pela "vista grossa" do restante da população perante o problema. É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do impasse. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a despreocupação dos cidadãos que regem esse país rompe com essa harmonia, haja vista que o direito do cidadão brasileiro de possuir uma moradia digna é garantido pela constituição. Entretanto, somente no Rio de Janeiro, a população de rua chega a 12 mil pessoas, e mais de 500 mil necessitam de uma moradia digna. Outrossim, destaca-se o egoísmo do resto da população como impulsionador do problema. De acordo com Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que o restante da população, que vivem em suas belas casas, não se mobilizam com o fato de que existem pessoas em situações desumanas de moradia, e além de não tomarem nenhuma atitude a respeito, não cumprem seu papel de cobrar dos governantes que cumpram o que está escrito na constituição. É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um mundo melhor. Destarte, o Ministério das cidades (Mcidades) junto ao governo de cada estado, deve selecionar, e garantir moradia aos que realmente precisam, promovendo a redução do número de moradores de rua, e de pessoas em condições desumanas de moradia. Como já foi dito pelo pedagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas, e essas mudam o mundo. Logo, o Ministério da educação (MEC) deve instituir nas escolas, palestras ministradas por psicólogos, que discutam a moradia social, e o quanto é importante a mobilização da população para o combate a essa desigualdade. Assim, contribuindo para uma sociedade mais harmônica e democrática.