A Constituição de 1988 assegura a todo indivíduo o direito a uma moradia digna. Entretanto, ao se analisar a questão da ocupação de espaços não habitáveis, no Brasil, verifica-se que essa seguridade é constatada na teoria e não desejavelmente na prática e a problemática persiste intrinsecamente ligada à realidade do país. Nesse sentido, convém ponderar as principais causas, consequências e possíveis soluções para esse impasse. Primordialmente, é controvertível que questões socioeconômicas estejam estre as causas do problema. Nesse âmbito, é cabível ressaltar que, desde meados de 2014, o país vem enfrentando uma crise econômica que levou a um recuo no Produto Interno Bruto – uma das bases da economia nacional. Essa conjuntura colaborou para o agrave no desemprego, poder de aquisição de bens pela população, além de deteriorar, ainda mais, os setores de governabilidade do Estado – saúde, educação, lazer. Com isso, uma parcela populacional se viu obrigada a habitar locais impróprios, criando a situação desoladora atual. Outrossim, destaca-se a recorrência de enfermidades como decorrência da problemática. A microbiologia nos mostra que diversos agentes patológicos podem ser transmitidos pelo ar, água ou contato entre pessoas e essa transmissão é favorecida quando os indivíduos são inseridos em áreas insalubres. Dessa forma, é visível que as pessoas que ocupam ambientes inadequados estão mais susceptíveis a moléstias e consequentemente a transmiti-las a outros cidadãos. Nessa perspectiva, observa-se que, caso o cenário vigente são seja solucionado, doenças que anteriormente estavam erradicadas podem voltar a surgir como pandemias dizimando a população. Dessa forma, é notório que a questão de moradias descabidas necessita de soluções. Portanto, cabe ao Ministério da Fazenda, por meio da implantação de projetos, licitações e reuniões com os demais Ministérios e com a população civil, nas câmaras municipais e plenários, mudar o cenário em que se encontra atualmente a economia do país, buscando solucionar não somente a problemática habitacional como as demais ligadas ao tecido social brasileiro. Concerne ao Ministério da Educação juntamente ao da Saúde, mediante palestras – administradas por instituições públicas ou privadas - em escolas e demais locais de acesso ao público, mostrar à população os malefícios causados por micro-organismos patogênicos, adquiridos em locais inadequados, para que essa possa colaborar com a erradicação deles. Assim, será possível a formação de uma nação em que todos possuam uma habitação digna, de modo que se desenhe um futuro melhor.