Há mais de 75 anos, com o processo de industrialização do país, principalmente em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, houve um intenso deslocamento populacional do campo para esses centros urbanos como forma de acompanhar o novo crescimento industrial. Os trabalhadores de fábricas, com o objetivo de viver próximo ao local de trabalho, acabavam residindo em cortiços, pensões e vilas operárias. Com a alta demanda por moradia, o custo para viver nesses centros urbanos se tornou elevado, o que contribuiu para movimentos migratórios populacionais para regiões mais periféricas. Essa situação é bem detalhada no livro O Cortiço de Aluisio de Azevedo, que retrata o cotidiano de moradores em locações irregulares. O crescente desemprego, na última década, devido a má gestão pública dos governos estaduais e federal contribuiu para agravar a quantidade de pessoas desalojadas. Um reflexo deste fato são os últimos acontecimentos, como o incêndio e desmoronamento do edifício Wilton Paes de Almeida de 24 andares, ocupado por cerca de 400 famílias cadastradas pela prefeitura que estão a espera de uma casa pelo programa Minha Casa Minha Vida, passaram a ocupar um dos principais centros urbanos de São Paulo a espera de uma resolução por parte do governo. Esse acontecimento colocou em evidência a questão da falta de moradia regular e a ocupação desordenada de prédio abandonado. De acordo com reportagem feita pelo 'BBC News', o Brasil tem 6,9 milhões de famílias sem casa e 6,0 milhões de imóveis desocupados hà décadas. Esse desequilíbrio tem mobilizado uma onde de ocupações e invasões, além de verticalização de moradias irregulares, como construção de cortiços, por todo o país, principalmente polos industriais como São Paulo e Rio de Janeiro. Programas, como Minha casa Minha vida, criado pelo governo federal ha dez anos atrás seria uma solução de médio a longo prazo para resolver a situação de desalojados por todo o país. Esse projeto tem o objetivo de assegurar moradia digna para familías com renda inferior a cinco salários mínimos mas, o que se tem observado é a falta de ação, tanto econômica e política, por parte do governo para mobilizar projetos como esse. Dessa forma, é primordial que ambos os governos, estudal e federal, se mobilizem, urgentemente, para resolver essa situação. O governo federal juntamente com os governadores de cada estado, devem financiar projetos já ativos, como Minha Casa Minha Vida, para alojar familías como forma de diminuir o número de desalojados. Devem, também, investir em reformas de prédios e casas abandonas, através de verbas públicas, para tornar útil locais desocupados, além de diminuir despesas públicas e garantir moradia para a população mais carente.