Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A mobilidade urbana no Brasil

Redação enviada em 31/03/2016

Duas da manhã, hora de voltar para casa. Há quem tenha seu próprio veículo ou possa pagar por táxi, e também quem não possua, ou não possa, e muitas vezes, prefere nem sair, preocupado com a hora da volta. Ciente do medo da população em utilizar transporte coletivo em horários considerados remotos, é proporcionada baixíssima circulação. A deficiência da mobilidade urbana reflete falhas no sistema como um todo, abrangendo não só os governantes e empresas gestoras, mas também os funcionários e usuários. É inviável comparar sistemas de cidades que surgiram em épocas e contextos diferentes, como confrontar o metroviário de Nova York e o de Belo Horizonte. Mas há algo que os mineiros devem aprender com os norte-americanos: a principal função da mobilidade urbana é permitir o deslocamento de todos. O foco deve ser nas zonas periféricas, em direção ao centro. Caso contrário, elas podem se desenvolver, criar autossuficiência, dividindo a cidade em polos, por exemplo, o Barreiro, região belo-horizontina já considerada por muitos uma cidade. A nova tendência de metrópoles globais não é cada um ter seu próprio veículo, mas sim, utilizar do transporte coletivo e compartilhado de qualidade. Fato que poderia ajudar a solucionar o problema de São Paulo, onde apenas 35% dos habitantes se locomovem por carros e táxis, segundo pesquisa da ONG Greenpeace. De acordo com o filósofo Epicuro, o ideal para uma boa vida é alcançar a ataraxía - a ausência de preocupações: tudo o que um cidadão não possui ao enfrentar engarrafamentos, trânsitos caóticos, perder um ônibus e ter que esperar bastante pelo próximo. Dessa forma, investir na competência da locomoção revela-se um sinônimo de investimento na população. A mobilidade urbana é mais do que o transporte público em si. Tendo em vista as deficiências e carências apresentadas, a melhoria ocorreria com uma maior integração entre os protagonistas. O governo, popularizando as passagens, tido a enorme parcela da população usuária de menor renda, e convertendo essa arrecadação em impostos sobre produtos não indispensáveis, por exemplo, cigarros e bebidas alcoólicas. Ainda, a criação do passe-livre para estudantes, apoiando o futuro do país. A gestão deve estar sempre apta a ouvir as necessidades populacionais, criando, aperfeiçoando linhas e mantendo-as. Os funcionários devem agir com respeito e tratar todos de maneira uniforme. Por fim, as pessoas devem preferir meios compartilhados e cuidar do que é delas. Assim, locomover-se em centros urbanos não será mais um desafio, e sim, um aliado para todos.