Com o advento da industrialização, houve um crescimento acelerado das cidades. Frente a esse patamar, a utilização de veículos automotivos que era, até o século XX, considerada um hábito exclusivo à classe alta, tornou-se uma necessidade, sobretudo na migração pendular. Diante disso, cabe pontuar a escassa participação do governo e a não conscientização dos indivíduos como os principais fatores de problematização da mobilidade urbana. É preciso considerar, antes de tudo, a falta de acesso a serviços de deslocamento associada à ação do Estado. Uma saída alternativa e limpa para o problema do trânsito de automóveis e pessoas é a bicicleta, mas a falta de investimento no setor de transporte tem sido um impasse. Tal fator se dá, principalmente, pela ausência de infraestrutura básica para os ciclistas e pela baixa velocidade adquirida por esse veículo. Dessa forma, é preciso reconhecer a importância de projetos, assim como ocorre na França, onde o governo paga € 0,25 para cada quilômetro rodado em uma bicicleta na ida para o serviço, influenciando vários trabalhadores a adotar essa medida. Somando-se a isso, é imprescindível analisar a atitude do próprio indivíduo quando se trata de locomoção. Tornou-se comum deparar-se com carros de cinco vagas transportando apenas o motorista, causa disso é o alto valor cobrado em transportes coletivos e, além do mais, esses carregam amontoados de pessoas em péssimas condições, desmotivando o seu uso. Vale ressaltar, também, que a quantidade excessiva de veículos automotivos transitando pelas ruas e avenidas gera problemas ambientais, como o superaquecimento global, e elevam ainda mais o número de acidentes de trânsito. Fica evidente, portanto, que sendo a mobilidade um elemento indispensável, é preciso resolver os fatores que a problematizam. É necessário que o governo passe a investir mais no setor de transportes, aumentando o número de ciclovias, de faixas especiais, a segurança e a sinalização, além de ampliar a quantidade de transportes coletivos e oferecer aluguel de bicicletas para quem não tem. Acresce-se a isso, a participação da mídia, como formadora de opinião, para divulgar tais projetos e conscientizar as pessoas.