Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A mobilidade urbana no Brasil

Redação enviada em 23/04/2017

Para entender a precariedade do sistema de transporte público brasileiro, é necessário retroceder para a segunda metade do século XX. Nesse período, o Brasil utilizou a lógica dos países subdesenvolvidos, baseada em uma industrialização tardia e acelerada, com a instalação de empresas estrangeiras que requiriram um processo de urbanização, também, acelerado. Dessa maneira, as cidades brasileiras cresceram exponencialmente e sem planejamento adequado, iniciando assim a mazela da mobilidade urbana contemporânea. Em uma primeira abordagem, é importante salientar que o problema da mobilidade urbana se agravou na década de 80, com a política de municipalização do transporte público. O Governo Federal ao se dar conta da magnitude do problema que vinha se tornando o transporte, tomou a atitude mais fácil, passou a responsabilidade para os governos municipais - oficializado na constituição de 1988 - que, por sua vez terceirizarão à empresas privadas. Entretanto, essas empresas visam o lucro acima do bem coletivo, logo, acabaram sucateando o serviço prestado, oferecendo péssima qualidade de transporte, a fim de obter menos gasto e mais lucro. Além do processo de municipalização, o Governo Federal promoveu um incentivo massivo à população em aumentar o consumo de carros, medida essa que não foi acompanhada por uma política de mobilidade urbana. Com isso, o que se pôde notar nas ruas foi, além de ônibus lotados, imensos congestionamentos, devido ao aumento significativo da frota de carros nacional e do não investimento por parte da máquina pública em estradas e rodovias. Nesse contexto, o cidadão perdeu sua liberdade de ir e vir, algo indubitavelmente inaceitável, pois como foi dito pelo escritor Jorge Amado em sua obra Capitães de Areia, a liberdade é como o sol: o bem maior do mundo. Portante, frente ao descaso da administração pública com a mobilidade urbana, o povo deve ir as ruas, protestar e, principalmente, escolher - exercer o direito a cidadania - mais conscientemente seus próximos representantes por meio do voto. Além disso, os governos municipais precisam apertar a fiscalização sobre as empresas encarregadas do transporte público, impondo visitas semanais de fiscais, com o objetivo de melhor o serviço ofertado. Por fim, os governos estaduais precisam impor sua autoridade, fiscalizar os gastos públicos dos municípios e, mais importante, incentiva-los a ampliar estradas, rodovias, ciclovias e criar mais metrôs, com a finalidade de desafogar o transito das grandes metrópoles.