O Artigo 5º da Constituição Federal Brasileira de 1988, entre tantas outras coisas, prevê que todos os cidadãos tem o direito de ir e vir, porém, não determina por quais meios, cabendo ao cidadão a escolha dos mesmos. Entretanto, as altas tarifas cobradas pelo uso dos serviços públicos, se assim ainda podem ser chamados, levou a sociedade a buscar meios alternativos. Segundo o levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em 2011, nas grandes cidades, mais da metade da população brasileira estava insatisfeita com o serviço ofertado pelo Estado, e é essa maioria que depende desses meios de locomoção todos os dias. Certamente, a opinião dessas pessoas, hoje, não deve ter mudado. O reflexo disso são as manifestações decorrentes do aumento no valor cobrado pelo que é oferecido. Por mais que se tenham investimentos, a demanda populacional tende a aumentar, e em virtude disso, o Estado deve incentivar o uso de meios alternativos ou trabalhar na elaboração de trajetos que envolvam mais de um meio de locomoção, como o incentivo às caminhadas e a construção de locais apropriados e seguros para o estacionamento de bicicletas, principalmente em áreas próximas a terminais rodoviários, ferroviários e metroviários. Decerto, não só beneficiaria a questão da mobilidade urbana, como também o meio ambiente e a saúde da população, mesmo que a questão ambiental seja um problema inerente ao Governo. Em contrapartida, o modelo capitalista vigente investe prioritariamente no que traz maior retorno financeiro, deixando questões importantes para depois, isso quando fazem algo para tentar solucioná-las. O problema com a mobilidade urbana pode gerar muito mais que impactos ao mundo visível, pois o homem busca cada dia mais meios individualistas de facilitar sua vida. Este problema deve ser solucionado não só pelo governo, mas também pela sociedade como um todo. O investimento em infraestrutura, o incentivo por meio da parceria escola-família e a acessibilidade a meios menos poluentes e mais econômicos pode ser responsável pela construção de um mundo mais humano e habitável em uma época onde o tempo controla o homem.