A mobilidade urbana brasileira é péssima, principalmente nas metrópoles. A falta de investimentos em transporte público de qualidade somadas à crescente população das áreas urbanas brasileiras provoca um trânsito intenso. Graças à uma mentalidade já ultrapassada do século XX, o rodoviarismo, o sistema brasileiro de transporte não se atualizou e colhe esses frutos podres atualmente. Primeiramente, nas décadas de 50 até a de 70, durante os governos de Juscelino Kubitscheck e da Ditadura militar, houve um gigantesco plano de integração brasileira voltado para as estradas e um incentivo às indústrias automobilísticas multinacionais. O rodoviarismo, como foi chamada essa ideologia, causou um profundo desequilíbrio entre os tipos de transporte no Brasil, o que gera problemas graves, porém, devido ao tamanho reduzido da população brasileira, não houve problemas imediatamente. Atualmente, graças ao salto populacional brasileiro, de 100 para 200 milhões de pessoas, podemos perceber esses problemas tão graves. Além disso, a mobilidade urbana tem um impacto enorme na sociedade, a revolução dos 20 centavos, em 2013, é uma prova dessa importância. Um transporte coletivo ruim aliado à gentrificação nas metrópoles brasileiras (expulsão da parcela mais pobre das metrópoles para a periferia graças ao aumento do custo de vida) foram os ingredientes para esses protestos que eclodiram com o aumento do preço das tarifas de ônibus. Assim sendo, torna-se evidente a necessidade do Estado brasileiro mudar a ideologia ultrapassada do rodoviarismo e investir em um transporte público de qualidade. É necessário, também, mudar a mentalidade da sociedade brasileira, de forma que dêem preferência ao transporte coletivo. O Estado, as escolas e a mídia devem trabalhar juntos em campanhas publicitárias de incentivo a esse tipo de transporte. Ademais, a criação de um aplicativo de carona pelas prefeituras das principais metrópoles é uma medida com resultados mais imediatos.