Título da redação:

Mobilidade urbana e o direito à cidade

Tema de redação: A mobilidade urbana no Brasil

Redação enviada em 19/10/2017

Segundo dados de pesquisa da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), entre 2006 e 2017 o número de usuários de transportes urbanos individuais teve um acréscimo de aproximadamente 10% no Brasil, causando forte impacto à mobilidade, especialmente nos grandes centros. Por conseguinte, visando garantir o direito à cidade, mudanças na distribuição geográfica da economia e serviços são necessárias. De acordo com esta pesquisa, o transporte coletivo também sofreu uma redução no seu número de adeptos, em todas as classes sociais, passando de 60% para 50%. Aprofundando nestes dados, detectam-se os motivos, para as classes A e B, a qualidade e flexibilidade são os fatores preponderantes. Logo, ao detectar a precariedade do sistema, essas camadas sociais - com poder econômico para buscar soluções paliativas - buscam como solução o transporte individual e terminam deteriorando ainda mais o já combalido sistema, alimentando um ciclo vicioso. Igualmente, as classes C, D e E afastaram-se do transporte público, porém, apesar de compartilharem as críticas quanto à flexibilidade, tem como principal razão o custo. Nesse cenário, ao problema da mobilidade, soma-se a restrição do direito à cidade, pois, geralmente residem em zonas periféricas e os principais serviços são disponibilizados em regiões centrais. Dado o exposto, é imprescindível a adoção imediata de um programa de incentivo ao desenvolvimento das zonas periféricas, devendo, os governos das grandes cidades ofertar 10 anos de isenção de tributos municipais para empresas instaladas nestas áreas. Dessa maneira, novas empresas serão atraídas, a demanda pelas regiões centrais reduzida, o ciclo vicioso quebrado. Como contrapartida, serviços públicos podem ser deslocados para essas áreas, onde o custo é bem menor, compensando o investimento inicial - da isenção - e garantindo as classes mais carentes o pleno acesso à cidade.