Título da redação:

Mobilidade urbana: a um passo da estagnação

Tema de redação: A mobilidade urbana no Brasil

Redação enviada em 26/07/2016

Certa vez, o pré-socrático Parmênides afirmou que o universo estava em permanente imobilismo. Talvez hoje ele percebesse que sua hipótese poderia se encaixar bem no que diz respeito à mobilidade urbana, haja vista que os constantes engarrafamentos e a lentidão são duas grandezas que se correlacionam na vida dos cidadãos dos grandes centros urbanos. Com isso surge à problemática da crise na mobilidade urbana que está intrinsecamente ligada à realidade do país, seja pelo intenso uso dos transportes privados, seja pela superlotação das cidades. É válido considerar, antes de tudo, a questão do consumo em massa de veículos privados em detrimento da manutenção dos transportes públicos. Com os incentivos de Juscelino Kubitschek, na década de 1950, nas malhas rodoviárias e nas indústrias automobilísticas, o sistema ferroviário foi considerado defasado, aumentando o consumo de transportes particulares. Nesse sentido, a manutenção dessa prática persiste na contemporaneidade, uma vez que os transportes coletivos, como os ônibus, apresentam precárias condições, além de altas tarifas, fazendo com que os indivíduos optem pelo transporte privado, aumentando a crise na mobilidade nos centros urbanos. Outrossim, cabe destacar a concentração populacional como impulsionador dessa problemática. No período da Era Vargas, de 1930 a 1945, houve um grande incentivo à industrialização do país, o que colaborou com o êxodo rural e, consequentemente, no inchaço urbano. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que quando há maior concentração de pessoas em um local, sem o devido planejamento, a mobilidade urbana é debilitada. As grandes metrópoles brasileiras, como São Paulo, são exemplos da crise da mobilidade urbana pela falta de planejamento e excesso populacional. É evidente, portanto, que a crise na mobilidade urbana está presente no Brasil contemporâneo. A fim de atenuar o problema, o Governo Federal, aliado à esfera estadual e municipal, deve elaborar um plano de manutenção dos transportes alternativos, para que ofereçam mais segurança e conforto, sendo assim, aderidos pela população. Ademais, o Estado deve implantar novas ciclovias nos centros urbanos e, paralelamente a isso, campanhas de abrangência nacional junto às emissoras abertas de televisão como forma de estimular a utilização de bicicletas. Dessa forma, a crise da mobilidade será gradativamente minimizada no país.