Título da redação:

Antes que a mobilidade imobilize.

Tema de redação: A mobilidade urbana no Brasil

Redação enviada em 20/11/2015

Com mais de 85% da sua população situada no meio urbano, o Brasil vem sendo cenário da desordem causada pelos problemas relacionados à mobilidade de pessoas e cargas no espaço geográfico de suas cidades. A falta de planejamento urbano e de políticas efetivas de integração correspondem aos principais fatores responsáveis pelo agravamento deste quadro que ameaça distanciar os indivíduos de seu direito constitucional de movimentação e acesso aos diversos setores e produtos do espaço no qual está inserido. Longos congestionamentos, aumento do tempo gasto em deslocamentos, estresse, poluição e desconforto são alguns dos obstáculos observados cotidianamente na grande maioria dos municípios brasileiros, que sofrem com a superlotação de suas vias por, principalmente, automóveis motorizados individuais e privados em detrimento dos transportes públicos, coletivos e não motorizados. A supremacia dos carros e motos individuais no espaço das cidades é reflexo da insatisfação da população, que aponta a precariedade e insuficientes investimentos em transportes públicos, bem como a falta de segurança e de espaço destinado às formas não motorizadas de transporte. A partir deste quadro, observa-se que a mobilidade urbana precisa sem compreendida como um conjunto formado por infraestrutura adequada, gestão de trânsito, segurança e investimentos. Sem as ferramentas necessárias à construção de um espaço organizado e que flua de forma sistemática, as cidades caminharão de encontro a um grande colapso social, econômico e político. Neste aspecto, a educação da sociedade é fundamental, de modo que haja compreensão e disciplina por parte desta para que se tenha um ambiente mais humano e interligado. Há muito se vem debatendo sobre possíveis soluções que visem a melhoria dos sistemas de circulação nas cidades e alguns projetos, como a Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), de 2012, que estimula o uso do transporte coletivo, público e não motorizado, contribuíram para isso. Entretanto, muito mais tem a se fazer, e um dos principais pontos nesta tarefa é o planejamento e execução eficaz de sistemas integrados e sustentáveis dos diversos modais de transportes, aliados a maiores investimentos na melhoria da qualidade e eficiência dos transportes públicos - estimulando, assim, o seu uso -, com medidas restritivas ao uso dos automóveis, construção de ciclovias para garantir a segurança dos que optam pela utilização de bicicletas, aprimoramento das BRTS (Transporte Rápido por Ônibus), que vêm se mostrando como uma opção viável para a melhor utilização desse meio de transporte, bem como o melhoramento seguro dos espaços destinados aos pedestres.