Todos os anos pelas cidades brasileiras há um aumento no valor da passagem do transporte público, embora governadores digam que o aumento “esta abaixo da inflação” qualquer aumento no valor de um serviço em que as melhorias são mínimas não só gera insatisfação como também diminui as possibilidades de mobilidade das camadas mais carentes da população. Levando-se como parâmetro a cidade de São Paulo que em 2015 decretou passe livre para estudantes, a medida embora tenha ajudado muitas famílias na locomoção casa-escola, ainda segrega os espaços aos quais os mais pobres frequentam, no caso casa-escola e casa-trabalho, espaços de lazer e de cultura, como parques e bibliotecas, muitos deles, não ficam próximos de comunidades carentes e a cada ano com o valor da passagem do transporte público aumentando vai se tornando cada vez mais caro ter acesso a lazer e cultura. Outro problema de mobilidade é a falta de construção de metros nas cidades ou as construções que nunca ficam prontas, por ser um transporte rápido poderia facilmente resolver os problemas de transito causado pelos inúmeros carros nas cidades do Brasil. Ou seja, para as camadas mais carentes do Brasil, não só o acesso as diversas regiões das cidades se torna mais caro como também mais lento, já que resta aos ônibus realizar esse trajeto ao qual o metro não atende. Assim, mesmo que hoje o Brasil não consiga “bancar” transporte público gratuito para todos, o aumento anual na passagem tem que trazer benefícios não só para os cofres públicos como para toda a sociedade civil, para isso, esta tem de se organizar em massa nas ruas e na urna e exigindo governantes que entreguem mais metros e ônibus com qualidades para que o trajeto e a segregação entre as regiões periféricas e o centro diminua.