A desigualdade social é uma questão persistente no Brasil: passando por uma colonização elitista até chegar ao período de industrialização do país, os governantes não tiveram controle sobre a forma com que o mesmo se urbanizava, o que resultou em um processo de desenvolvimento desordenado e mal planejado, impulsionando a desigualdade social brasileira, cujos aspectos já eram estruturais nessa sociedade. Diferentemente de alguns países desenvolvidos, como a Inglaterra, por exemplo, que utilizou largamente em seus processos industriais o modelo de produção fordista-keynesiano, o que potencializava a distribuição de riquezas em forma de bens para a classe trabalhadora e também a criação de um mercado consumidor interno, o processo de industrialização brasileiro teve como base a substituição de importações em decorrência da Segunda Guerra Mundial, e não a criação de uma sociedade consumidora, o que contribuiu amplamente para a concentração de renda, e consequentemente para o aumento da desigualdade social. Além disso, o déficit educacional brasileiro contribui grandemente para a desigualdade sócio-econômica: escolas com pouca estrutura, sem condições de atender toda a população e o ensino público de má qualidade são fatores que levam ao aumento da disparidade social entre pessoas de alta e baixa renda, contudo, aquelas podem arcar com despesas de ensino privado e estas não, já que mais de 60% das famílias brasileiras ganham menos de três salários mínimos por mês, segundo a Datafolha, em pesquisa de 2013. Para que a desigualdade social seja diminuída no Brasil é necessário que o Governo Federal crie mecanismos para estimular o crescimento econômico e a geração de empregos com salários justos, que podem ser defendidos e debatidos através da formação de ONGs que visam proteger os direitos dos trabalhadores. Ademais, investimentos maciços em educação conduzidos pelo MEC (Ministério da Educação) são fundamentais para a qualificação da mão de obra e acesso à informação, que também pode ser difundida através de mídias governamentais que atingem a população que mais necessita. Portanto, somente através da criação de uma cultura mais igualitária um país pode se desenvolver com êxito.