As práticas de separação física das classes sociais são recorrentes na sociedade brasileira e possuem um fundamento. Esse, pode ser originado pelo aumento do poder aquisitivo junto à escolha por uma melhor condição de vida. Sob esse eixo, a capacidade de consumo fez com que o cidadão se isolasse em um grupo que vive a mesma realidade que ele. O fato é que, independente da semântica, é preciso avaliar as razões vigentes na sociedade brasileira. Primeiramente, o aumento do poder aquisitivo de um pequena parcela da população proporcionou o isolamento social dessa. Se, no passado, os shows, jogos em estádios e as festas, por exemplo, eram ambientes iguais tanto para a classe mais abastada quanto para os mais ricos , no presente, vê-se uma mudança, o aumento da segregação, visto a implantação , nesses locais, dos camarotes - que são áreas de acesso seletivo e de maior custo. Com base nessa perspectiva, a demanda por melhor qualidade de vida reflete-se no isolamento físico e social. Esse é o caso em que as classes mais beneficiadas financeiramente começam a procurar por meios de transporte particular, escolas privadas e optam pelo shopping ao invés de praças públicas, por exemplo. Dessa forma, pode-se observar que, essas escolhas proporcionam a inviabilidade da democracia, visto que esses cidadãos não compartilham uma vida comum. O aumento do isolamento social com a "camarotização", portanto, é impulsionado pela busca por qualidade de vida e aumento do poder aquisitivo. Diante disso, observa-se a necessidade de tornar os bens públicos mais equipados e qualificados, com reformas estruturais, por empresas públicas e privadas, além disso, projetos ao ar livre com exercícios e dinâmicas, feito por escolas com o apoio das ONGs, oferecem um incentivo à integração social de classes e uma maior democracia, dado momentos de compartilhamento de uma vida comum.