A desigualdade permeia o Brasil desde o seu surgimento. Afinal não havia equidade entre índios e portugueses na luta pela terra. Hoje, apesar de toda a evolução tecnológica, política e intelectual, as diferenças permanecem. Estas encontram-se mais evidentes no âmbito socioeconômico. Enquanto poucos são extremamente ricos, muitos encontram-se na linha de pobreza. Portanto, o grande desafio é encontrar meios que mudem tal realidade. Ao dividir a colônia em capitanias hereditárias, D. João concentrou grandes territórios em poucas mãos. Começou aí a desigualdade no país, uma vez que aqueles que possuíam terras tinham mais chances de prosperar economicamente. Hoje, na era capitalista, ocorre de forma semelhante. Quanto maior a classe econômica, maiores as oportunidades de ascensão. O que prova a tese de Rousseau que afirma o efeito cumulativo do desequilíbrio socioeconômico. Ademais, a política neoliberal, adotada atualmente, também contribui para a preservação das disparidades. Visto que o estado possui pouco poder de intervenção na economia. Embora o Brasil tenha avançado no combate à desigualdade, ele ainda permanece com média 0,490 no Gini. Segundo dados do Pnad, em 2014, enquanto o rendimento médio dos 10% mais pobres foi de 250 reais, o dos 10% mais ricos chegou a sete mil cento e cinquenta e quatro reais. Essa diferença de renda vem acoplada a problemas que ferem os direitos básicos do cidadão. Isto é, difícil acesso a educação, alimentação e saúde de qualidade. Consequentemente, surgem com frequência movimentos que pedem por uma reformulação social. Além disso, a luta de classes é acentuada e o país fica mais suscetível à instabilidade política. A redução dos problemas socioeconômicos no Brasil depende inteiramente da ação estatal. Continuar com os projetos de auxílio é necessário. Porém, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, em parceria com os demais, deve buscar a democratização da educação básica e superior. Assim todo cidadão será igualmente capacitado para o mercado de trabalho capitalista. Devem também garantir que o salário mínimo cresça sempre em um percentual maior que a inflação. E, por fim, promover uma reforma no sistema tributário, para assegurar que as contribuições sejam diretamente proporcionais à renda.