A desigualdade social no Brasil possui âmbito histórico através da exploração de classes sociais ou da restrição no acesso aos bens, como foi o caso da Lei de Terras, em 1850, em que inviabilizava a compra de propriedade por imigrantes e ex-escravos. Interesses dissidentes sempre evitaram meios de diminuir a desigualdade, seja no meio rural ou urbano. Nesse contexto, com um Estado mais voltado ao povo e interesses coletivos da sociedade é possível apagar esse passado que nos tornou tão diferentes. O Brasil foi formado na distinção de povos e territórios dentro do mesmo país. O não-reconhecimento desse fator carrega consequências que perduram por séculos. O Brasil é um dos países mais desiguais em relação a distribuição de terras. Segundo o IBGE, menos de 3% dos proprietários possuem quase metade de toda área brasileira. Esse exemplo reforça ainda mais a desigualdade no Brasil e a dificuldade de mudança já que não há uma frente forte para a reforma agrária como feito nos EUA e na França. Além disso, o Estado brasileiro durante sua formação foi composto de poucos para poucos. Camadas elitizadas não tiveram interesse de permitir a participação concreta do povo ao Estado. Seja no começo do século XX com o voto do cabresto, ou na atualidade em que a falta de acesso a bens e conhecimento não permitem a ascensão social de maior parte da população brasileira. A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) mostra que mais da metade das famílias têm renda inferior a R$ 2000,00, o que torna o país pobre e com dificuldade na mudança social por todas essas pessoas já que a questão financeira e a falta de atuação do Estado atuam como fator de limitação. Logo, é notável que os meios para a superação da desigualdade sociais passam por grandes mudanças estruturais. Através de políticas de ONGs e do reconhecimento da própria sociedade é possível formar uma conscientização que fatores históricos ainda vigentes precisam ser mudados, como o caso da reforma agrária, que através do pressionamento popular, a câmara dos deputados crie projetos para que redistribuição de terra seja justa e produza riqueza para muitos. Outro ponto é a necessidade de um governo mais voltado para as camadas mais sensíveis da sociedade. Investindo financeiramente através de bolsas ao trazer conhecimento e qualificação ampla e mudando a realidade atual. Como disse Aristóteles "devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade” e esse é o principal meio para bem-comum de toda sociedade.