A desigualdade social no Brasil é um problema de origem na colonização do país que pode ser percebido ainda hoje. Mesmo que seja um empecilho para a qualidade de vida de grande parte da população, não há medidas suficientes para saná-la ou mesmo reduzi-la. Na história do Brasil, as diferenças sociais foram estabelecidas em poucos anos após a chegada dos portugueses. Na época, a economia açucareira era baseada no latifúndio, que gerava grandes riquezas nas mãos dos senhores de engenho. Enquanto isso, o escravo negro tinha acesso nulo a tal riqueza, tornando-o miserável. A situação do trabalhador não melhorou após a abolição da escravatura no país, já que nenhuma medida estatal integrou o ex-escravo na sociedade, deixando-o incapaz de melhorar sua qualidade de vida por conta própria. Assim, a população negra constitui, até hoje, a parcela mais pobre da população brasileira, enquanto os descendentes herdeiros de latifúndios concentram a maior parte da renda. Como se não bastasse a carga histórica brasileira que estimula a desigualdade, ainda há a crise econômica pela qual o país passa, que intensifica as disparidades sociais. A camada mais abastada pouco sente a instabilidade econômica do país, mas as camadas populares vivem em seu dia a dia a subida de preços de itens básicos, a dificuldade de acesso à saúde de qualidade, a falta de emprego e o consequente aumento da violência. Tudo isso direciona a um aumento na pobreza e a uma queda na qualidade de vida dessas pessoas. As desigualdades sociais se constituem como um problema complexo, de várias causas e consequências degradantes, portanto, precisa ser combatido. A interferência estatal defendida na obra O Capital no século XXI seria eficiente, pois implica a taxação de fortunas e heranças. Essa medida desconcentraria a renda e permitiria que o Estado investisse mais em políticas sociais. Os investimentos poderiam ser feitos nas áreas da educação e na empregabilidade da classe popular, garantindo a ela uma renda fixa e consequente aumento na qualidade de vida.