A sociedade brasileira contemporânea é marcada pela produção exagerada de lixo. Todavia, é notório o retrocesso na destinação correta de tais resíduos. Desse modo, a formação de aterros e lixões, métodos inadequados de descarte, tem provocado problemas, com ênfase no impacto ambiental. Diante disso, investigam-se fatores responsáveis pela situação, sobressaindo-se os hábitos consumistas da população e a insuficiência de medidas para reciclagem. Antes de tudo, observa-se que o Brasil é um dos países que mais produzem detritos. Consoante dados das Pesquisas Nacionais de Saneamento Básico, a coleta de lixo atinge 99,4% dos municípios, porém, esse avanço sofre um revés, porque grande parte dos resíduos é direcionada aos lixões e aterros. Aliado a isso, vê-se ainda uma recusa dos gestores das cidades em promover o tratamento do refugo, ocasionando a infiltração do chorume nos lençóis freáticos e a emissão de gás metano. Deste modo, a população fica sujeita à proliferação de doenças, como também afeta a fauna e a flora. Torna-se claro, nesse sentido, que o Estado não fornece os subsídios e os serviços para que o despejo seja processado adequadamente. Ademais, a cultura do consumismo influencia diretamente o aumento da produção do lixo. Dito isso, nota-se, também, que bens considerados essenciais e duradouros passam a ser descartáveis, como celulares e computadores, visto que esses hábitos são estimulados pela mídia. Associado a isso, verifica-se uma carência de centros de reciclagem e compostagem no país, que dificulta a atenuação do problema, em razão dos resíduos orgânicos representarem 57% de todo despejo, conforme referências da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Essa realidade aponta que é função do Estado aproveitar-se do refugo, não como adversidade, mas, sim, a solução. Logo, para solucionar tais problemas, faz-se necessária a efetivação destas medidas na realidade dos cidadãos. Primeiramente, cabe ao Estado criar centros de reciclagem e compostagem; bem como extinguir lixões e aterros inadequados. Além disso, as ONGs devem proporcionar palestras informativas, em escolas e universidades, a fim de conseguir uma mudança nas práticas consumistas da população, evitando o desperdício. Por fim, é imperativo que a mídia vincule anúncios sobre as dificuldades acarretadas pela destinação errônea dos resíduos. Assim, as complicações do lixo serão desatadas.