A cada dia, toneladas de lixo são inseridas no ambiente urbano brasileiro, sendo elas da mais variada natureza possível. Tal fato suscita quais serão as consequências que poderão vir à tona com esse excesso, destacando-se o impacto nas cadeias alimentares, na esterilização de ambientes e na proliferação de doenças. De certa forma, percebe-se que parte do excesso de lixo gerado no Brasil é de origem eletrônica. Esse tipo de material possui grande quantidade de metais pesados, os quais serão acumulados no decorrer do fluxo das cadeias alimentares e terão concentração máxima no topo das cadeias alimentares, gerando diversas anomalias e doenças à maioria dos seres vivos encontrados nesse patamar ecológico. Além disso, outro elemento perceptível do lixo é a capacidade de sua natureza orgânica provocar em rios e mananciais a criação de ambientes inóspitos. Dito acontecimento decorre do processo de eutrofização, no qual o acúmulo do material orgânico, em união a diversas bactérias, retira oxigênio da água e impossibilita a existência de vida nesse local, a exemplo do ocorrido no Rio Tietê, no Estado de São Paulo. E por último, tem-se a proliferação de doenças. Nesse caso, o destino inadequado do lixo, que se acumula em diversos lixões a céu aberto, cria um ambiente perfeito para a proliferação de bactérias e contaminação dos lençóis freáticos, impactando diretamente na saúde dos habitantes próximos a essas áreas. Exemplos se encontram em surtos de cólera próximo aos lixões a céu aberto m regiões metropolitanas do país. Diante de tudo isso, percebe-se que ações devem ser tomadas para evitar a progressão desse quadro. Dentre elas, o Estado pode instituir a obrigatoriedade da coleta seletiva das grandes cidades, destinando corretamente o lixo eletrônico a postos de coleta especializados que encaminharão esse material a empresas que se interessem, e também destinando o lixo orgânico a centros de compostagem que utilizam esse material para auxiliar a adubagem do solo. Além disso, deve-se extinguir os lixões a céu aberto (podendo, a exemplo do Japão, queimá-lo e gerar energia), evitando, assim, a proliferação de doenças.