Título da redação:

Lixo que não é lixo

Tema de redação: Meios para o controle do excesso de lixo gerado no Brasil

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Redação enviada em 06/07/2018

O advento do século XXI tornou evidente a característica de uma sociedade moldada pelo consumismo desenfreado. Nesse contexto, paralelamente a tal característica, o lixo surge como problema social que encontra subsídio na própria negligência humana. No cenário brasileiro, lixões a céu aberto persistem como uma realidade nacional. Nesse sentido, é deficitário o controle do excesso de lixo gerado no Brasil, entretanto, a coleta seletiva bem como a conscientização do homem perante a esse ínterim são um dos meios para atenuar tal conjuntura. É importante pontuar, de início, que a coleta seletiva não é uma realidade em todo o país. De fato, diversas cidades destinam o lixo de suas populações de forma rudimentar, isto é, em lixões a céu aberto, embora a Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS - vá de encontro a esse tipo de destinação. Além disso, os lixões a céu aberto agridem o meio ambiente pela contaminação dos lençóis freáticos e pela transmissão de inúmeras enfermidades. Dessa forma, uma destinação mais coerente e responsável do lixo perpassa por uma coleta seletiva em conjunto da sociedade e do Estado, reafirmando, dessa maneira, a importância da reciclagem e colocando de volta o lixo na cadeia produtiva. É fundamental designar, ainda, que o hábito de consumismo desenfreado pelo homem contribui significativamente para a excessiva geração de resíduos sólidos. Certamente, perdura no imaginário social a falácia de que o simples fato de se "livrar" do lixo já soluciona o excesso de geração desse. Nessa conjuntura, uma conscientização ambiental e humanitária, além de um aprimoramento educacional voltado para uma mudança de hábito do homem no sentido deste assimilar de que lixo é uma responsabilidade de todos, podem ser, também, uma da formas de transformar esse cenário. Por conseguinte, é importante que o Estado em conjunto com a sociedade atuem iminentemente nessa problemática. Aquele, por intermédio do Ministério do Meio Ambiente, pode alavancar a prática da coleta seletiva nos diversos espaços sociais - casas, escolas, ruas -, bem como subsidiar trabalhadores informais (sobretudo antigos catadores de lixo) na prática da reciclagem, contribuindo, assim, para um desenvolvimento mais sustentável. Outrossim, o Ministério da Educação, junto à sociedade, pode proporcionar espaços culturais para o debate (tanto em escolas, redes sociais, como nas cidades) da relevância de enxergar o lixo como responsabilidade de cada cidadão, quebrando a ilusão da prática do consumismo isenta de problemas. Dessa maneira, o indivíduo poderá compreender que lixo não é lixo.