"Reciclar, reutilizar e reduzir". Essa frase esteve na boca de diversos líderes e cidadãos globais nos últimos por meio da intensificação do discurso sustentável em prol do meio ambiente, mas, ao analisarmos as práticas das grandes corporações na atualidade, é possível observar uma realidade que, muitas vezes, não condiz com o discurso destes agentes. No Brasil, um dos maiores obstáculos para a adoção de práticas sustentáveis na sociedade é a relação direta entre o lixo gerado e o consumo. É possível analisar esta relação através do conceito de liquidez criado pelo sociólogo Zygmunt Bauman, que trata da efemeridade das coisas na atualidade, que, por serem descartadas ou substituídas em tão pouco tempo, não tem a oportunidade de se tornarem sólidas quanto à formação de significado. Tal liquidez é impulsionada pelo consumo, que se mantém através das ações das grandes empresas, que, visando utilizar da mais-valia, sustentam atividades extremamente prejudiciais ao meio ambiente e tornam a produção de lixo acumulativa e alarmante. Por possuir apenas um papel secundário nesse processo, a sociedade como um todo acaba se afastando de certas problemáticas, estando, então, favorável à negligência com o meio em que vivemos. Sendo assim, a integração de práticas como a reciclagem se torna bastante complicada, já que a formação de um consumo consciente e pensamento sustentável é, de certa forma, imprescindível e, no entanto, não se dá presente na sociedade brasileira. Dessa forma, é preciso que se invista na consciência ambiental da população, visando colher ações sustentáveis no futuro. Este investimento pode se dar por meio de medidas educativas nas escolas, além de ações direcionadas à toda a população, como campanhas de conscientização criadas pelo Ministério do Meio Ambiente e as mídias, ensinando de maneira lúdica sobre práticas como a reciclagem, a coleta seletiva e compostagem. A mudança começa por meio de atitudes individuais que busquem transformar o coletivo.