Título da redação:

Consumo, logo existo

Tema de redação: Meios para o controle do excesso de lixo gerado no Brasil

Materiais:

Redação enviada em 26/06/2017

A estabilização da economia brasileira no final do século XIX, juntamente com a ascensão de governos assistencialistas na administração do país, foram fatores essenciais para a expansão da classe média brasileira, ocasionando portanto, a inserção de uma maior parcela da população em elevados padrões de consumo. Contudo, esse acelerado crescimento na compra e venda de produtos é responsável pelo exacerbado aumento da produção de lixo. Tal contexto insere-se no chamado capitalismo selvagem, elucidado por Karl Marx, todavia, representa um padrão de consumo com o qual o Brasil não possui infraestrutura para sustentar, uma vez que apesar da produção de resíduos ter sido cinco vezes maior em comparação ao crescimento populacional de 2010 a 2014, segundo o jornal O Globo, cerca de 38% dos brasileiros não têm acesso a serviços de tratamento e destinação adequada dos resíduos. Um outro fator agravante ao problema fundamenta-se na separação incorreta do lixo, de maneira que resíduos orgânicos, plásticos, vidros, entre outros, são erroneamente encaminhados ao mesmo destino. Ademais, o descarte desses resíduos em locais inapropriados contribui para a poluição, não só do meio urbano, como também de rios e florestas, resultando no desequilíbrio ambiental, em função da morte da fauna e flora. Em vista disso, faz-se necessário com que haja a colaboração entre a população e governos municipais, a fim de promoverem uma coleta seletiva mais ampla e eficiente. Cabe também aos governos municipais a responsabilidade de promoverem a destinação correta do lixo, principalmente dos materiais recicláveis, cuja reutilização traz benefícios econômicos e ambientais. Por fim, cabe às escolas juntamente com as famílias, promoverem discussões pautadas na sustentabilidade, com o intuito de conscientizarem crianças e adolescentes e promoverem, também, a substituição da ideologia difundida de que para existir é preciso consumir, pela célebre frase de Descartes “penso, logo existo”.