Com origem no código de Hamurábi, a lei de Talião consiste na rigorosa reciprocidade do crime e da pena, frequentemente expressa pela frase "olho por olho, dente por dente". Usada como justificativa pela justiça com as próprias mãos. A questão é onde esse preceito pode levar o cidadão perante a sociedade. Quando a violência aumenta, o sistema de segurança falha e a sensação de impotência e insegurança cresce, a sociedade procura uma solução. Encontrando-a em si mesmo. Um exemplo ocorreu no final de 2015 na cidade do Rio de Janeiro com os justiceiros da zona sul. Onde moradores de áreas nobres, como Ipanema e Leblon, revoltados com os frequentes arrastões e roubos e a inércia da polícia, resolveu agir. O que foi visto foi humilhação, espancamento, amarrar suspeitos a postes e confrontos em plena cidade olímpica, cujo resultado foi a igualdade na categoria infratores tanto para moradores - a procura de justiça -. suspeitos dos crimes e reais delinquentes. A lei executada, de acordo com as opiniões da sociedade, tornou-se um meio de defesa para uma população cansada e revoltada da incompetência do Estado.Alguns crimes, como estupro e pedofilia, podem causar maiores exaltações nos cidadãos, surgindo um senso de condenação para os suspeitos do crime. Deixando claro a intenção em uma única frase: Se não for pela lei dos homens, será pela de Deus. O Brasil é um Estado Democrático de direito, ou seja um país regido por leis que defendem o direito à um julgamento pelo sistema judiciário e aplicação de penas não degradantes, nem incluem pena de morte. Ao governo, compete a função de cumprir o que está escrito na Constituição, art. 144 - segurança pública, dever do Estado -, e assim, cessar a sensação de insegurança. Para o cidadão, cabe acreditar na justiça de seu país. Fazer justiças com as próprias mãos não é solução, só é mais um problema no meio de tantos.Heródoto estava certo, não tentes curar o mal com o mal.