A maioria da população brasileira tem manifestado uma insatisfação com as autoridades e com certas leis, que muitas vezes não fazem com que criminosos permaneçam nas prisões depois de cometerem certos delitos. Com isso o registro de ações denominadas pelos praticantes como justiça com as próprias mãos, tem aumentado em todo o país. O cidadão ao se deparar com um ato de criminalidade vê-se no direito de linchar, agredir e humilhar o criminoso. Os justiceiros, sobrecarregados com ódio e indignação, não colocam limites em suas ações, o que já resultou no óbito de muitos, tanto culpados quanto inocentes, Em 2014, um jovem acusado de roubo foi espancado e preso a um poste com uma trava de bicicleta. Testemunhas relatam que encontraram o rapaz nu e sem uma parte da orelha. O registro mais marcante foi o caso de Fabiane Maria, que foi espancada até a morte, na periferia do Guarujá. Após um boato na internet, ela foi acusada de usar crianças em rituais de magia negra. Uma inocente, que aos 33 anos, deixou duas filhas órfãs. O modo em que o país se encontra é simplesmente o reflexo das atitudes da maioria. Reagir a um ato de violência com violência é criar um ciclo vicioso prejudicial, que foge aos conceitos do próprio justiceiro e não propicia o fim da criminalidade.