Título da redação:

Justiças falhas

Tema de redação: Justiça com as próprias mãos: o impacto na sociedade brasileira

Redação enviada em 12/06/2017

A Constituição de 1989 e o processo de redemocratização garantiram ao cidadão brasileiro inúmeros direitos. No entanto, não há como negar que o Sistema Judiciário do país apresenta-se cada vez mais falho. Dessa maneira, cresce nos indivíduos um instinto de se colocar no lugar do juiz e fazer sua própria justiça. O aparecimento dos chamados justiceiros tem se tornado notícia ao redor do Brasil. Pouco tempo atrás um tatuador foi preso acusado de tortura ao cometer retaliação contra jovem que assaltou sua casa. Sua atitude levou às pessoas questionamentos sobre os limites da ética e da moral e acerca de até onde pode-se deixar levar pelo sentimento de vingança. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, publicada pela ONU após a Segunda Guerra Mundial, traz em seus textos a ideologia da valorização da vida e dos direitos individuais. Logo, atitudes como a citada acima na qual o rapaz, mesmo flagrado em uma ação incorreta, foi submetido a uma situação humilhante, vai contra os ideais da DUDH. Há nisso grandes implicações com relação ao quesito social. Ao reconhecer a imperfeição do Poder Judiciário brasileiro, o próprio cidadão retira de maneira indireta o posto do juiz para conceder a si o controle de julgar. Isso gera consequências e, por vezes, marca para uma vida alguém que poderia ter chances de se reabilitar e retornar à convivência social. Mediante o exposto, sintetiza-se que fazer justiça com as próprias mãos é uma forma prejudicial de agir. Em uma realidade na qual todas as justiças são falhas, é necessário que haja um maior posicionamento do terceiro setor por meio de palestras que instiguem a população a lutar por uma maior efetividade e reação dos Três Poderes como um todo.