Título da redação:

Justiça: fazer ou confiar?

Tema de redação: Justiça com as próprias mãos: o impacto na sociedade brasileira

Redação enviada em 26/05/2016

Através do Contrato Social, proposto Thomas Hobbies, o homem, cujo estado natural é a guerra, abriria mão de seus direitos, passando-os para o Estado como forma de garantir seu bem-estar. Frente ao crescimento da onda de violência ao redor do mundo e, muitas vezes a omissão do Estado no quesito segurança, a população se sente no direito de provocar a quebra do Pacto, promovendo justiça com as próprias mãos. Isso mostra que a justiça no Brasil funciona, mas talvez não de forma plena. Os defensores da prática argumentam que a demora do judiciário em julgar os casos, aliada a ineficiência da polícia militar em manter a segurança da população, são alguns dos motivos que os levam a querer “agilizar o processo”; os justiceiros se vestem de juízes e, como se fossem donos das leis, buscam uma forma de solucionar o caso. Contudo, é preciso destacar que, mesmo muitas vezes sendo falha, a justiça brasileira consegue cumprir seu dever, julgando e condenando casos conforme prevê a Constituição, prova disso foram os vários presos durante a operação Lava à Jato, dentre eles Alberto Youssef e Nestor Cerveró. É preciso que seja levado em consideração ainda a natureza animal do homem, que, muitas vezes por extinto, acaba deixando que o desejo de vingança fale mais alto, de modo a respeitar somente a Lei de Talião: “olho por olho, dente por dente”. Essas pessoas se esquecem, no entanto, que a justiça com as próprias mãos vai contra o Estado Democrático de Direito, que prevê a garantia dos direitos humanos. Fica claro, portanto, que, antes de tudo, a população precisa entender que a função punitiva compete exclusivamente ao judiciário. O que cabe às escolas e à mídia é a conscientização da população, mostrando que a polícia e a justiça podem sim ser eficientes na garantia da segurança. Esta, deve ainda, fiscalizar e reivindicar melhorias na segurança pública e judiciário, de modo a potencializar os julgamentos e políticas de prevenção à criminalidade.