No limiar do século XXI, a justiça com as próprias mãos tornou-se uma realidade no País, e seus impactos são negativos para sociedade, visto que esse tipo de violência contribui para a supressão da democracia. Além disso, essa prática não se configura como uma forma de justiça. Há pouco tempo, o Brasil assistiu sua redemocratização, o que garantiu aos cidadãos, no aspecto jurídico, a presunção de inocência e o direito à defesa. Contudo, esses direitos são desrespeitados pelos que apoiam e realizam a justiça com as proprias mãos. Percebe-se, portanto, o retrocesso ao estágio dos primórdios humanos, já que o "olho por olho e dente por dente" ,para alguns, é mais importante do que a Constituição federal. Além disso, diferentemente da justiça aplicada pelo Estado, a que é exercida pelo povo não compreende os princípios e as leis que são responsáveis por toda evolução jurídica e social até hoje, pois esse comportamento coletivo, é pautado pura e simplesmente pela vingança. Por isso, não pode ser considerado um processo justo de punição, já que um estado movido por esse sentimento atingiria o estágio de barbárie. Outrossim, tal punição, por vezes, carece de evidências concretas, e se apoia, sobretudo, em estereótipos, como foi o caso de um jovem, no estado do Espirito Santo, negro e de 17 anos, que foi morto pela população por ser suspeito de estupro. Concluiu-se, porém, que ele não havia cometido o crime e possuia problemas mentais. Percebe-se, potanto que trata-se de uma justiça falha. Sendo assim, a pseudo justiça estabelecida pela população, trata-se de uma involução, o que nos equipara aos desorganizados estados primitivos da história. Contudo, para que esse comportamento coletivo seja contido, é necessário que o Governo Federal, utilize-se de campanhas na TV, jornais, e rádios que consistam em conscientizar a população sobre os danos desse tipo de violência, evidenciando como ela pode prejudicar a Democracia, e vetar os direitos sociais. Ademais, é necessário que esse tema seja levado às salas de aula, por subsídio o ministério da educação, a fim de conscientizar os alunos de nível fundamental e médio.