Título da redação:

Justiça com as próprias mãos: uma realidade cada vez mais frequente.

Tema de redação: Justiça com as próprias mãos: o impacto na sociedade brasileira

Redação enviada em 09/11/2016

A prática da justiça de maneira irracional por muitos cidadãos, sem dúvida, configura um sério problema de cunho social. O termo ¨justiça com as próprias mãos¨ surge em um contexto no qual o descrédito da população para com o papel do Estado em garantir a segurança se faz nítido. É sabido que o direito bem como a capacidade de julgamento cabem, exclusivamente, ao poder judiciário sendo esse assegurado pelo Estado, porém quando essa relação não ocorre de maneira eficaz, alguns indivíduos encontram respaldo para cometerem atos de violência de forma bárbara e humilhante, configurando assim o que se conhece por justiça com as próprias mãos. Contudo, o entendimento que muitas pessoas têm em relação ao que venha a ser justiça é um conceito ambíguo do termo. Não obstante, devido a essa ambiguidade surge o paradoxo de se combater a criminalidade por meio da violência, pois muitos cidadãos, que praticam justiça com as próprias mãos, se esquecem que também cometem um crime a partir do momento em que se apoderam do direito de julgar o seu semelhante da maneira mais irracional possível. A gravidade, presente no ato de se cometer ¨justiça¨ de maneira tão atroz, propicia uma séria reflexão sobre até que ponto a barbárie bem como a falta de humanidade podem chegar, ou se a ignorância de alguns de fato é ilimitada. O uso do linchamento, considerado pelos ¨justiceiros¨ como sendo a maneira mais eficaz no combate a criminalidade, tem como principal resultado revelar o quão muitos cidadãos se mostram retroativos e desprovidos de valores humanitários, o que deixa evidente a presença do individualismo intrínseco em algumas pessoas. A omissão do Estado e do poder judiciário é usada pelos ditos ¨justiceiros¨ como justificativa à barbárie cometida contra indivíduos que também são vítimas de um sistema falho e desigual. Sendo assim, o momento no qual a banalidade da vida se transforma em um mero espetáculo macabro, visto e apreciado por muitos, abre respaldo para a análise do que vem a ser a consciência humana configurando, assim, uma tentativa de buscar entender a atitude de cidadãos que vêem em um ato bárbaro a justiça sendo posta em prática. Para que tal situação se torne amena é crucial que haja maior investimento em segurança por parte do poder público, também deve ser levada em conta a questão da educação e respeito à dignidade do próximo, o que deve ser alcançado por meio da mídia com o auxílio de propagandas e campanhas que conscientizem a população. Quanto a escola e família cabem o papel de educar crianças e jovens, por meio do diálogo, para que esses sejam indivíduos capazes de reconhecer bem como valorizar o direito à vida de qualquer ser humano.