Título da redação:

Justiça com as próprias mãos

Tema de redação: Justiça com as próprias mãos: o impacto na sociedade brasileira

Redação enviada em 30/06/2017

A crise na segurança pública está fazendo do Brasil o segundo maior país do mundo em números de homicídios dolosos. Diante desse fato, muitas pessoas ao se sentirem inseguras e impotentes em relação ao Estado, tomam atitudes na tentativa de fazer justiça com as próprias mãos. No entanto, é preciso assegurar que tomar decisões sem apoio legal não é a forma correta de resolver esta problemática, haja vista que agir dessa maneira representa um perigo para a sociedade. Em primeiro lugar, é preciso analisar a ineficiência da Justiça no Brasil. Na obra Leviatã, Hobbes afirma que a sociedade só alcançará a paz por meio de um contrato social no qual o Estado é responsável por fazer justiça. Teoricamente, na Constituição brasileira, esse fato se faz presente. Todavia, não é o que acontece na prática quando se tem em vista a demora de anos no julgamento dos casos, que geralmente favorece a parte que possui maior poder aquisitivo e as punições incompatíveis com o crime, argumentos que levam a Justiça a não fazer jus ao seu nome. Nesse contexto, os cidadãos muitas vezes se revoltam, principalmente quando presenciam cenas de violência doméstica, roubos e assassinatos. Acontecimentos esses que exigem atenção por parte das autoridades estamentais, mas que são ignorados e não solucionados. Diante disso, com o intuito de vingarem a vítima, acabam cometendo outra violência, dando início a um círculo vicioso, onde um crime gera outro crime. Ademais, entra em questão a propagação de notícias falsas. Boatos podem se espalhar rapidamente em uma comunidade, gerando revolta e insatisfação. Dessa forma, os envolvidos podem vir a agir contra um inocente sem provas e argumentos concretos. Diante dos argumentos apresentados, é possível constatar a necessidade de imediatas intervenções que visam a solução dessa problemática. A Justiça juntamente com o Estado deve mobilizar-se de forma que consiga atender seus cidadãos, realizando julgamentos com mais rapidez, sem desigualdade e com penas condizentes com o crime. Dessa forma, quando a Justiça for justa, as pessoas não mais sentirão a necessidade de intervir. Além disso, a sociedade deve ser conscientizada a respeito do perigo de se fazer justiça com as próprias mãos e à propagação de notícias falsas, para que não venham mais a comete-lo.