O célebre escritor irlandês Bernard Shaw ponderava ser a vida muito curta para refletir-se a respeito de fatos os quais não fossem realmente significativos, e poucos assuntos são, hodiernamente, mais relevantes do que a discussão sobre os altos índices de justiçamento na sociedade brasileira. Recentemente, tem-se visto um aumento generalizado do crime. Isso fez fomentar um debate contínuo na sociedade acerca desse tema. Acreditar, pois, que a ineficiência da Segurança Pública e da Justiça como instituições mantedoras da ordem não trará agudas consequências ao meio social é pensar leviana e irresponsavelmente. É possível afirmar que a sociedade brasileira enfrenta uma crise de aumento da violência, consequência de raízes sociais, econômicas e políticas complexas. Dessa maneira, as Instituições Públicas vêm mostrando-se frágeis na aplicação da justiça. Diante desse contexto, a sociedade civil internaliza, cada vez mais, a sensação de impunidade quando são vítimas de algum crime e, consequentemente, lhes vem à oportunidade de linchar o infrator, em muitos casos, não hesitam na decisão. Além disso, a insatisfação da população com a Justiça e com os Órgãos Policiais pode gerar um agravamento ainda maior na legitimidade, de forma ampla, do Poder Público. Casos de justiça com as próprias mãos tendem a aumentar se medidas fortes não forem tomadas para melhorar os serviços de proteção à ordem social. Portanto, é relevante a afirmação de Azevedo, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, quando pontua que o Poder Público precisa demonstrar maior agilidade nas investigações e punições dos criminosos. O Código Penal Brasileiro precisa tornar a pena dos crimes contra a vida mais rigorosa; os governantes têm que investirem ainda mais na educação; as policias serem melhores estruturadas. Essas questões, somadas a outras inúmeras demandas, amenizariam significantemente os casos de justiçamento, pois a sensação de segurança e aplicabilidade das leis seria algo eficaz no Brasil.